terça-feira, 7 de abril de 2009
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos completa 26 anos
Ontem, 06 de abril, o primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil, o Parque dos Abrolhos, completou 26 anos de criação.
O nascimento do Parque, em 1983, representou um marco para a conservação marinha no país. Desde então, os 88.250 hectares da unidade ajudam a proteger a região com a maior biodiversidade marinha no Atlântico Sul.
Além de resguardar porção significativa do maior banco de corais e da maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul, o Parque dos Abrolhos protege algumas das principais áreas-berçário das baleias-jubarte, que migram para o banco para ter seus filhotes. É também a única região do planeta onde é possível encontrar o coral Mussismilia braziliensis, conhecido por coral-cérebro por seu aspecto peculiar.
A pesca nas regiões vizinhas ao Parque movimenta mais de R$ 100 milhões por ano, o que representa 10% da receita da atividade no Brasil. Por se tratar de um local seguro para a procriação de inúmeras espécies, o Parque assegura a presença delas também fora dos seus limites, contribuindo para manter ativa a pesca - meio de subsistência para cerca de 20 mil pessoas na região.
O turismo é outra expressão da importância econômica do Parque, que recebe cerca de 5 mil visitantes todo ano. Outras 8 mil pessoas dos municípios do entorno visitam anualmente o Centro de Visitantes em Caravelas. O fluxo turístico gerado pelo Parque garante centenas de empregos em hotéis, pousadas, restaurantes e demais atividades ligadas ao setor. Segundo dados do PRODETUR, o turismo representa 20% do PIB dos municípios da Costa das Baleias, zona turística correspondente ao litoral do extremo sulda Bahia. Em 2000, a atividade gerou uma receita de R$ 65,3 milhões para os municípios da região, com uma renda estimada de R$ 10 milhões para a população residente. Pesquisas da BAHIATURSA apontam que mais de 90% dos turistas que visitam a Costa das Baleias tem como motivação principal os atrativos naturais. As águas claras de temperatura amena, naufrágios e a rica fauna marinha fazem do Parque dos Abrolhos a atração mais importante da região e um dos melhores pontos de mergulho no mundo.
Apesar de seu reconhecido papel ecológico e relevância econômica, o Parque ainda enfrenta dificuldades e desafios. Um dos “presentes de aniversário” mais aguardados pelos defensores do Parque é o resgate da sua Zona de Amortecimento (ZA). Criada em maio de 2006, a ZA de Abrolhos foi suspensa pela justiça em junho de 2007, deixando o entorno do Parque vulnerável a atividades potencialmente impactantes. A decisão judicial não questionou os estudos técnicos que subsidiam a ZA; concluiu apenas que o instrumento legal que criou a zona – Portaria do IBAMA – é inadequado. Não há sentido em criar uma área protegida importante e permitir, em suas proximidades, atividades altamente impactantes, que afetem as espécies dentro da unidade. Esse é o pressuposto da ZA. Ela não impede qualquer atividade econômica, apenas exige uma avaliação mais cuidadosa para que se estabeleçam no entorno do Parque atividades compatíveis com a conservação da biodiversidade local.
Um outro desafio para a proteção da biodiversidade do Parque é a conservação dos mangues existentes na região. Muitas pessoas ainda não entendem porque os manguezais são cruciais para a vida no Parque de Abrolhos. O fato é que diversas espécies encontradas nos recifes do Parque vivem nos estuários e mangues da costa em suas fases iniciais de vida. Devido às inter-relações entre esses ambientes, faz-se necessário que as unidades protejam também os ecossistemas costeiros. Daí a importância de unidades de conservação como a Reserva Extrativista de Cassurubá, que embora anunciada oficialmente pelo governo federal em dezembro de 2007, não foi criada até hoje.
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estava procurando sobre o trabalho do parque nacional marinho abrolhos !e fikei muito encantado com tudo adorei !e gostaria de saber mais!valew
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