domingo, 29 de maio de 2011

Prefeitura do Rio ameaça a vida do Manguezal do Jequiá com a criação da Vila Olímpica do Jequiá dentro da APARU

Tragédia anunciada na Ilha do Governador - Vila Olímpica ameaça Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU) do Jequiá.


Após a longa luta contra a instalação de um terminal pesqueiro na Ilha do Governador, e a vitória alcançada neste mês com a aprovação do projeto de lei da Câmara Municipal que vetou sua construção no bairro; agora os moradores insulanos se deparam com a possibilidade de construção de uma vila olímpica em um terreno da Marinha, dentro dos limites da APARU do Jequiá.
Um sonho antigo dos insulanos está prestes a se tornar um enorme pesadelo. O projeto da Vila Olímpica do Jequiá, orçado em R$ 19.153.656,61, deve durar um ano e seis meses. A Vila Olímpica da Estrada do Rio Jequiá contará com um terreno de 26.817m², sendo que 17.547m² serão de área construída apenas com a Vila.
Os moradores da Ilha não são contra a construção desse empreendimento, somos contra a sua localização. O local escolhido, com entrada pela Estrada do Rio Jequiá, entre os bairros do Zumbi e da Cacuia, está dentro da Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU), onde existe o manguezal do Jequiá.
Os manguezais podem ser considerados um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil. São ricos em alimento, servindo de abrigo para diferentes espécies animais e também funcionam como um filtro biológico, retendo terra e outros materiais trazidos pelos rios, evitando que escoem para o mar.
O Jequiá é uma região ambientalmente tão rica que se impôs a necessidade de ser preservada. Para isso o município do Rio de Janeiro criou a APARU do Jequiá através do Decreto Municipal 12250/93, com 147 hectares, abrangendo o Manguezal do Jequiá, o Morro do Matoso (sambaquis), a Colônia de Pesca Z10 e uma área remanescente de Mata Atlântica. As APARUs são áreas de domínio público, dotadas de características ecológicas e paisagísticas notáveis, nas quais o município regulamenta o uso e ocupação do solo e restauração de suas condições ecologias e urbanas. 


O Prefeito Eduardo Paes e o Sub-prefeito da Ilha Vitor Accioli que deveriam proteger e cuidar do meio ambiente dão exemplo negativo aos jovens e à toda população ao sorrirem ao lado do mega projeto que destruirá o manguezal do Jequiá.

Vila Olímpica do Jequiá

A ideia surgiu no governo Conde, na década de 90, quando o secretário municipal de Esportes, José de Moraes Corrêa Neto, que é da Ilha, propôs a construção da vila olímpica. O plano não foi adiante e volta agora no governo de Eduardo Paes.
Em dezembro de 2010, a Rio-Urbe (Empresa Municipal de Urbanização) abriu uma licitação, pelo critério de menor preço, para a implantação da Vila Olímpica da Ilha do Governador. A Prefeitura investirá R$ 19,1 milhões nas obras que devem durar um ano e seis meses, a contar do início dos serviços.
O que os moradores da Ilha perguntam é: A devastação da APARU do Jequiá e o desrespeito ao meio ambiente irão acontecer? Ou  Decreto Municipal 12250/93 
será respeitado e o Manguezal do Jequiá salvo? Já existe uma licença ambiental para iniciar as obras da Vila Olímpica?

Essas perguntas estão incomodando muito o sono de vários insulanos, pois o desmatamento já está ocorrendo, conforme foto abaixo. 



APARU do Jequiá: Acesso pela Rua Arriba