quinta-feira, 9 de abril de 2009

Guerra de Canudos


História da Guerra de Canudos
A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. 
O beato Antonio Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.
Passando por uma das mais piores secas da sua história; levas de flagelados que perambulam famintos pelas estradas em busca de socorro governamental ou  divino acabaram se juntando aos conselheristas. 
Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de tal forma que bandos armados de criminosos e flagelados promoveram justiça social "com as próprias mãos" assaltando fazendas e pequenos lugarejos no nordeste brasileiro. A ética dos desesperados diz que "roubar para matar a fome não é crime". Essas atitudes nada condiziam com o tipo do ensinamento religioso, este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos daquela região estavam acostumados a viver.
Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado a Guerra de Canudos, um conflito civil que durou quase um ano, até outubro de 1897. 
Formado por fanáticos, jagunços, ex escravos e sertanejos sem emprego, o movimento conselherista adquiriu uma força que obrigou o governo da Bahia a pedir o apoio da República. Sua enorme proporção impediu o governo da Bahia de segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, pedindo assim a interferência da República. Esta, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.
Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.
Conclusão : Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da
República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.

Um comentário:

  1. O mais triste é saber que pouca coisa mudou daqueles dias aos atuais.
    Do mesmo modo, nos dias de hoje, muitos dos que reclamam por direitos são reprimidos pelas elites e alguns desaparecem de cena.

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