Repórter da Agência Brasil
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos resgata a história do Vale do Paraíba
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Turistas e moradores de municípios que fazem parte do Vale do Paraíba fluminense ganharam na semana passada mais uma opção de cultura e lazer: o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, inaugurado na quinta-feira (9). O projeto resgatou a cidade de São João Marcos, desaparecida há mais de sete décadas, depois que os moradores foram retirados por causa do risco de alagamento com a ampliação da Represa do Ribeirão das Lages.
A região, que hoje pertence ao município de Rio Claro, fica a cerca de 130 quilômetros do Rio de Janeiro e abriga elementos que ajudam a recontar a história do país. A cidade era um dos principais centros de produção de café do século 19.
Segundo o coordenador executivo do parque, Luis Felipe Younes, foi preciso um extenso trabalho de pesquisas históricas e arqueológicas para recuperar a região e prepará-la para a visitação.
“Os turistas vão encontrar o que nós chamamos de museu de território. A área de visitação conta com 33 metros quadrados totalmente tratados do ponto de vista arqueológico e museológico. São 3 quilômetros de uma trilha totalmente sinalizada. Nela, o turista será informado sobre o local onde está e o que havia ali antes”, explicou.
Younes também destacou que a trilha de visitação passa pela Estrada Imperial, uma das primeiras vias de rodagem do país, ligando Minas Gerais à cidade de Mangaratiba, por onde era escoada a produção cafeeira. No local, é possível observar também vestígios do centro da antiga cidade, como o ossário da Igreja da Matriz, o antigo calçamento de pedras, a fachada da casa do capitão-mor e parte da estrutura do Teatro Tibiriçá.
O parque também conta com uma área de apoio ao visitante, com anfiteatro, cafeteria e uma exposição com maquete representando a cidade, paineis com fotos e depoimentos de antigos moradores. No local, os visitantes também podem ver artefatos típicos da época colonial, como louças, moedas, objetos pessoais, porcelanas e tijolos.
A antiga cidade de São João Marcos foi construída em meio à Mata Atlântica, no século 18, perto da barragem da Represa do Ribeirão das Lajes. Entre 1870 e 1880, chegou a ter 20 mil habitantes. Na década de 1940, o conjunto urbano e setenta fazendas dos arredores foram desapropriados porque havia o risco de alagamento - já que, para atender à crescente demanda de abastecimento de água para o Rio de Janeiro, a administração pública decidiu aumentar a capacidade do reservatório.
O Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, coordenado pela Light, concessionária de energia do Rio, e com apoio da Secretaria Estadual de Cultura, vai funcionar de quarta-feira a domingo, das 10h às 16h. A entrada é gratuita. Outras informações podem ser obtidas no site www.saojoaomarcos.com.br.
Edição: Andréa Quintiere
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-06-12/parque-arqueologico-e-ambiental-de-sao-joao-marcos-resgata-historia-do-vale-do-paraiba
Foto: por Lúcia Teixeira
Primeiro Sítio Arqueológico Urbano do Brasil, o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, na região do Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro, é um projeto pioneiro de resgate de uma cidade desaparecida há 70 anos. Além de trazer de volta a história de uma das mais importantes cidades do Ciclo do Café, o Parque conta com uma área de visitação, apoiada por programas educativos, ambientais e de lazer. Situado às margens da antiga Estrada Imperial, que ligava Mangaratiba a Minas Gerais, o Parque traz à luz a antiga cidade de São João Marcos – primeira cidade histórica brasileira a ser tombada (1939), posteriormente destombada (1940), por decreto, pelo governo Getúlio Vargas, e demolida para o aumento da capacidade do complexo hidrelétrico de Ribeirão das Lajes, que supria a demanda de energia da cidade do Rio de Janeiro, em constante expansão. O projeto teve início em 2008, e conta com uma equipe multidisciplinar que reúne arqueólogos, museólogos, historiadores, arquitetos e paisagistas. O marco inicial do trabalho foi a realização de uma intensa pesquisa histórica, iconográfica e ambiental, a coleta de depoimentos de antigos moradores e um trabalho cuidadoso de prospecção arqueológica. Este levantamento permitiu a construção de maquete, revelando a antiga cidade e a elaboração de projetos paisagístico, museológico, de sinalização, além da construção de um Centro de Memória e de um anfiteatro para 150 pessoas. O projeto do Parque conta com patrocínio da Secretaria de Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, e apoio do INEPAC, Prefeitura de Rio Claro, IPHAN e INEA.
O rio Piraí nasce na Serra do Sinfrônio. Com águas transparentes e de temperatura amena, segue em direção a Rio Claro. Em todo o seu curso, podemos encontrar vários tipos de vegetação, que se altera de acordo com a localidade por onde passa. Atrai adeptos da natureza e de esportes como a canoagem e o rafting. Neste caminho vão se unindo ao Pirai os seguintes rios: das Pedras; do Sinfrônio; do Parado; Passa Quatro; do Braço; da Prata. Seguindo ainda seu curso, o rio chega até a Barragem de Tocos, de propriedade da LIGHT. A barragem foi construída no início do século XX e represa todas as águas do rio e as transfere por um túnel subterrâneo, com 8,5 km de extensão e 24 metros e diâmetro, para a Represa de Ribeirão das Lajes. Na época das cheias, o volume de água aumenta e transborda a barragem, continuando assim seu percurso normal, passando por Passa Três, até chegar ao município de Pirai. Além do Rio Pirai, banham também o município os rios Água Fria, Barra Mansa, Jararaca e o Rio Claro.
Foto: por Lúcia Teixeira
Foto: por Lúcia Teixeira
Foto: por Lúcia Teixeira
Foto: por Lúcia Teixeira
Cortando fazendas, termina ao pé da Serra da Bocaina, com vegetação característica da Mata Atlântica. Seu trajeto inicia-se na RJ 155, no Bairro Ponte do Pirai, aproximadamente 25 km de estrada não pavimentada, de tráfego razoável para veículos.
Pedra do Bispo
Formação rochosa com aproximadamente 1650 metros de altitude. Do topo tem-se uma ampla vista de toda a região, inclusive Angra dos Reis. O local é propício para escaladas que podem ser feitas através de trilhas.
Foto: por Lúcia Teixeira
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