domingo, 12 de junho de 2011

1° Batalha dos Guararapes completou 363 anos

A Batalha dos Guararapes, óleo sobre tela por Victor Meirelles de Lima 
Em busca da produção de açúcar, os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais, e atracaram na Bahia em 1624, munidos de 26 navios e 500 canhões, e conseguiram permanecer na cidade até o final do mesmo ano, quando tropas espanholas os expulsaram da cidade. Sendo assim, em 1630 rumaram para Pernambuco, ocupando uma área que ia do Sergipe ao Maranhão, aonde concentraram seus esforços e esboçaram um governo, que ficou conhecido como o Brasil-holandês.
A colonização holandesa no território pernambucano foi comandada por Mauricio de Nassau, e ficou marcado como um período de grande desenvolvimento e urbanização da região. Além disso, Nassau instituiu órgãos de representação municipal, semelhantes à câmara de vereadores, para que houvesse participação política da população, e colocou à disposição dos senhores de engenho recursos financeiros para a aquisição de maquinário e escravos para a fabricação do açúcar.
Em 1640, com o fim do domínio espanhol sob Portugal, o Rei João IV, retirou Pernambuco do domínio holandês e Nassau foi embora do Brasil. O Governo holandês resistiu no local, o que revoltou os proprietários de engenho, que há muito não estavam satisfeitos com a ocupação.
Os próximos anos foram de pequenas batalhas e tentativas infrutíferas de expulsar os holandeses das terras, o que culminou com a união de quatro lideranças que possuíam o mesmo objetivo: restituir integralmente Pernambuco ao Brasil. Em 1645, começou uma insurreição popular liderada por André Vidal de Negreiros defensor dos nordestinos, pelo senhor de engenho português João Fernandes Vieira, pelo índio Felipe Camarão, o ‘Potiguaçu’, e pelo líder dos escravos Henrique Dias. Os integrantes dessas tropas ficaram conhecidos como Patriotas.
O principal episódio da insurreição foi a 1° Batalha dos Guararapes, que aconteceu em 19 de abril de 1648. Na ocasião, tropas holandesas rumaram para a região do Cabo, em Pernambuco, visando ocupar a região, mas foram emboscadas pela tropa dos Patriotas. Após a batalha, na qual prevaleceu o conhecimento da região que só os brasileiros possuíam,  o exército holandês recuou. Em 1649, houve a 2° Batalha dos Guararapes, e novamente os holandeses foram derrotados, mas muitos deles permaneceram em Recife até o ano de 1654, aprisionados pelos Patriotas.
A união de diversas etnias que formam o Brasil, como a portuguesa, indígena e negra, faz a Batalha dos Guararapes ser referência como a primeira ocasião em que os brasileiros defenderam sua nação, incutindo no povo o espírito de rebeldia contra qualquer tipo de opressão, por isso o dia 19 de abril também é considerado o dia de origem do Exército Brasileiro.

Fonte:
http://www.parquehistoricodecarambei.com.br/destaque/1%C2%B0-batalha-dos-guararapes-completa-363-anos/
  
Mauricio de Nassau: 
O conde Johann Moritz of Nassau-Siegen tem um lugar especial na História do Brasil. Conhecido pelo nome "brasileiro", Maurício de Nassau, ele governou a  colônia holandesa no Nordeste do Brasil, com a capital em Recife, de 1637 a 1644.
Sua administração tornou-se conhecida pelos trabalhos de cientistas e artistas que o acompanharam e, sob seu patrocínio, exploraram e pintaram a nova terra, suas belezas naturais e seus habitantes. Esses trabalhos são apreciados ainda hoje. Tanto, que 2004 foi escolhido para ser o Ano de Nassau, no Brasil, na Alemanha e na Holanda, em homenagem aos 400 anos de seu nascimento.
Como muitos membros da família Nassau, o conde Johann Moritz seguiu a carreira militar a serviço do Estado holandês, depois de receber educação humanística nas Universidades de Basiléia e Genf. Nassau era de origem alemã, nascido numa cidade perto de Frankfurt e de Siegen. Era de uma família nobre que tinha dois ramos, um alemão e outro holandês.
Ele trabalhava para a Companhia das Índias Ocidentais ou WIC (sigla de West-Indische Compagnie, no idioma neerlandês ou holandês), quando veio administrar a colônia da Nova Holanda no Brasil, aos 33 anos de idade. Os diretores da WIC convenceram o governo holandês da importância do comércio do açúcar para a sua economia.
O passo seguinte foi a invasão do território brasileiro. Primeiro os holandeses tentaram a Bahia, mas foram repelidos. Depois, conquistaram Pernambuco e se instalaram na região, em Olinda e Recife. De lá expandiram sua ocupação até o atual território de Sergipe, ao sul, e, ao norte, pelos atuais estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Nomeado governador, Nassau era estrangeiro, invasor e protestante, numa terra de colonizadores católicos portugueses. Mas cativou de tal forma a população que esta o ajudava espontaneamente em suas obras para modernizar a cidade, e mantinha boas relações com os senhores de engenho. Conta-se que quando o governador quis construir um zoológico, a população doou uma grande quantidades de animais selvagens, sem que Maurício pedisse. Suas realizações durante sua estadia no Brasil ultrapassaram as atribuições normais de um governador.
Ao contrário do que era costume na época, ele se recusou a explorar a colônia apenas em benefício da WIC. Ao invés disso, sua maior preocupação foi promover o bem-estar dos habitantes e preservar a terra. Humanista, Nassau estimulou as ciências e as artes. Fez construir um observatório astronômico, criou um jardim botânico e trouxe em sua comitiva mestres da pintura flamenga como Frans Post e Albert Eckout, além de diversos artistas e cientistas, convidados a se juntar a ele num grande projeto que definiu como "exploração profunda e universal da terra".
Essa iniciativa teve especial importância, porque foi a primeira da época e tornou disponíveis várias informações sobre o Brasil para a Europa ocidental. Não foram apenas tratados científicos em publicações acadêmicas, mas pinturas e desenhos que podiam ser entendidos pelo grande público.
Os senhores de engenho haviam feito empréstimos com os holandeses, a fim de aumentar sua produção de açúcar. Mas o preço do produto caiu no mercado internacional e a WIC decidiu cobrar, de uma só vez, o dinheiro emprestado, e com juros muito altos. Nassau, que havia fracassado em nova tentativa de ocupar a Bahia, não concordou com essa forma de cobrança e entrou em conflito com a Companhia, entregando o cargo para voltar à Europa, em 1641.
Sua saída estimulou a Insurreição Pernambucana: os donos de terras, unidos aos negros e aos índios, lutaram durante 9 anos para expulsar os holandeses, vencendo em 1654.
Fonte:  http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u651.jhtm

João Fernandes Vieira: 
Senhor de engenho de origem portuguesa, era mulato e chegou ao Brasil com dez anos de idade, na opinião do historiador Charles Ralph Boxer foi o principal herói da reconquista de Pernambuco. Conforme as palavras do historiador brasileiro Oliveira Lima, "João Fernandes Vieira, apesar de ser de cor, governou Angola e Pernambuco". Em 1645 foi o primeiro signatário do pacto então selado no qual figura o vocábulo pátria pela primeira vez utilizado em terras brasileiras. Na função deMestre-de-Campo, comandou o mais poderoso terço do Exército Patriotas nas duas batalhas dos Guararapes (1648 e 1649). Por seus feitos, foi aclamado Chefe Supremo da Revolução e Governador da Guerra da Liberdade e da Restauração de Pernambuco.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_dos_Guararapes

Felipe Camarão, o ‘Potiguaçu’: 
Indígena brasileiro da tribo potiguar, à frente dos guerreiros de sua tribo organizou ações de guerrilha  que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores, destacou-se nas batalhas de São Lourenço  (1636), Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda (1638). Nesse último ano participou ainda da defesa de Salvador, atacada pelos melhores soldados de Maurício de Nassau. Distinguiu-se comandando a ala direita do exército rebelde na Primeira Batalha dos Guararapes, pelo que foi agraciado com a mercê de Dom, o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo, o foro de fidalgo com brasão de armas e o título de Capitão-Mor de Todos os índios do Brasil. 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_dos_Guararapes

Henrique Dias: 
Brasileiro filho de escravos, conhecido como governador da gente preta, recrutou ex-escravos afro-brasileiros oriundos dos engenhos assolados pelo conflito e dominados pelos invasores, como mestre-de-campo comandou o Terço de Homens Pretos e Mulatos do Exército Patriota nas duas batalhas dos Guararapes, suas tropas também eram denominadas Henriques ou milícias negras. Participou de inúmeros combates, distinguindo-se por bravura nos combates de Igaraçu onde foi ferido duas vezes, participou ainda da reconquista de Goiana e notoriamente em Porto Calvo em 1637, quando teve a mão esquerda estralhaçada por um tiro de arcabuz, sem abandonar o combate decidiu a vitória na ocasião. Quando D. João IV desautorizara a Insurreição Pernambucana há uma breve trégua, mas mesmo assim Henrique Dias escreve estas palavras ao holandeses "...Meus senhores holandeses...Saibam Vossas Mercês que Pernambuco é...minha Pátria, e que já não podemos sofrer tanta ausência dela. Aqui haveremos de perdar as vidas, ou havemos de deitar a Vossas Mercês fora dela. E ainda que o Governador e Sua Majestade nos mandem retirar para a Bahia, primeiro que o façamos havemos de responder-lhes, e dar-lhes as razões que temos para não desistir desta guerra.". Pelos seus serviços prestados também recebeu vários títulos de fidalgo, como a a mercê do Hábito da Ordem de Cristo e a a Comenda de Soure.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_dos_Guararapes

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