O conde Johann Moritz of Nassau-Siegen tem um lugar especial na História do Brasil. Conhecido pelo nome "brasileiro", Maurício de Nassau, ele governou a colônia holandesa no Nordeste do Brasil, com a capital em Recife, de 1637 a 1644.
Como muitos membros da família Nassau, o conde Johann Moritz seguiu a carreira militar a serviço do Estado holandês, depois de receber educação humanística nas Universidades de Basiléia e Genf. Nassau era de origem alemã, nascido numa cidade perto de Frankfurt e de Siegen. Era de uma família nobre que tinha dois ramos, um alemão e outro holandês.
O passo seguinte foi a invasão do território brasileiro. Primeiro os holandeses tentaram a Bahia, mas foram repelidos. Depois, conquistaram Pernambuco e se instalaram na região, em Olinda e Recife. De lá expandiram sua ocupação até o atual território de Sergipe, ao sul, e, ao norte, pelos atuais estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Ao contrário do que era costume na época, ele se recusou a explorar a colônia apenas em benefício da WIC. Ao invés disso, sua maior preocupação foi promover o bem-estar dos habitantes e preservar a terra. Humanista, Nassau estimulou as ciências e as artes. Fez construir um observatório astronômico, criou um jardim botânico e trouxe em sua comitiva mestres da pintura flamenga como Frans Post e Albert Eckout, além de diversos artistas e cientistas, convidados a se juntar a ele num grande projeto que definiu como "exploração profunda e universal da terra".
Essa iniciativa teve especial importância, porque foi a primeira da época e tornou disponíveis várias informações sobre o Brasil para a Europa ocidental. Não foram apenas tratados científicos em publicações acadêmicas, mas pinturas e desenhos que podiam ser entendidos pelo grande público.
Os senhores de engenho haviam feito empréstimos com os holandeses, a fim de aumentar sua produção de açúcar. Mas o preço do produto caiu no mercado internacional e a WIC decidiu cobrar, de uma só vez, o dinheiro emprestado, e com juros muito altos. Nassau, que havia fracassado em nova tentativa de ocupar a Bahia, não concordou com essa forma de cobrança e entrou em conflito com a Companhia, entregando o cargo para voltar à Europa, em 1641.
Senhor de engenho de origem portuguesa, era mulato e chegou ao Brasil com dez anos de idade, na opinião do historiador Charles Ralph Boxer foi o principal herói da reconquista de Pernambuco. Conforme as palavras do historiador brasileiro Oliveira Lima, "João Fernandes Vieira, apesar de ser de cor, governou Angola e Pernambuco". Em 1645 foi o primeiro signatário do pacto então selado no qual figura o vocábulo pátria pela primeira vez utilizado em terras brasileiras. Na função deMestre-de-Campo, comandou o mais poderoso terço do Exército Patriotas nas duas batalhas dos Guararapes (1648 e 1649). Por seus feitos, foi aclamado Chefe Supremo da Revolução e Governador da Guerra da Liberdade e da Restauração de Pernambuco.
Indígena brasileiro da tribo potiguar, à frente dos guerreiros de sua tribo organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores, destacou-se nas batalhas de São Lourenço (1636), Porto Calvo (1637) e de Mata Redonda (1638). Nesse último ano participou ainda da defesa de Salvador, atacada pelos melhores soldados de Maurício de Nassau. Distinguiu-se comandando a ala direita do exército rebelde na Primeira Batalha dos Guararapes, pelo que foi agraciado com a mercê de Dom, o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo, o foro de fidalgo com brasão de armas e o título de Capitão-Mor de Todos os índios do Brasil.
Brasileiro filho de escravos, conhecido como governador da gente preta, recrutou ex-escravos afro-brasileiros oriundos dos engenhos assolados pelo conflito e dominados pelos invasores, como mestre-de-campo comandou o Terço de Homens Pretos e Mulatos do Exército Patriota nas duas batalhas dos Guararapes, suas tropas também eram denominadas Henriques ou milícias negras. Participou de inúmeros combates, distinguindo-se por bravura nos combates de Igaraçu onde foi ferido duas vezes, participou ainda da reconquista de Goiana e notoriamente em Porto Calvo em 1637, quando teve a mão esquerda estralhaçada por um tiro de arcabuz, sem abandonar o combate decidiu a vitória na ocasião. Quando D. João IV desautorizara a Insurreição Pernambucana há uma breve trégua, mas mesmo assim Henrique Dias escreve estas palavras ao holandeses "...Meus senhores holandeses...Saibam Vossas Mercês que Pernambuco é...minha Pátria, e que já não podemos sofrer tanta ausência dela. Aqui haveremos de perdar as vidas, ou havemos de deitar a Vossas Mercês fora dela. E ainda que o Governador e Sua Majestade nos mandem retirar para a Bahia, primeiro que o façamos havemos de responder-lhes, e dar-lhes as razões que temos para não desistir desta guerra.". Pelos seus serviços prestados também recebeu vários títulos de fidalgo, como a a mercê do Hábito da Ordem de Cristo e a a Comenda de Soure.
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