sexta-feira, 6 de abril de 2012

SOS Lona da Ilha


Artistas, educadores, ambientalistas, atletas e moradores da Ilha do Governador se unem pela revitalização da Lona Cultural Renato Russo.
Abaixo segue o texto de apresentação na página do movimento no Facebook


Descrição
SOS Lona Cultural da Ilha do Governador

Você sabe o que está acontecendo na Lona Cultural do Aterro do Cocotá? Pois é, nada.

O que deveria ser um importante espaço de cultura está abandonado, depredado e sem atividades. Diante desta triste realidade, o Movimento SOS Lona Cultural Ilha do Governador, formado por artistas, produtores e diversos grupos culturais do bairro, reivindica o seu pleno funcionamento, com oferta de shows musicais, teatrais, oficinas, happy hour, exposições e demais atividades para a comunidade.

O que queremos
Queremos e exigimos que a gestão da Lona seja democrática e colegiada, com a participação direta no processo de escolha de sua futura administração por artistas, grupos culturais e comunidade, que por anos lutou pelo seu retorno.

Acreditamos que uma gestão democrática e de conteúdo plural deste espaço cultural poderá resgatar a importância sócio-educativa e de espaço de lazer e de produção cultural que são inerentes às lonas culturais atualmente em funcionamento em vários bairros da cidade. 

Problemas da atual Lona Cultural
Comparada a outras lonas cariocas, a da Ilha é considerada um exemplo notório de péssima gestão, na qual cargos na direção têm sido ocupados por pessoas desqualificadas para a função. Além disso, pode-se incluir no rol de irregularidades:
• Esvaziamento de público;
• Abandono e parte do patrimônio público depredado (instalações e equipamentos);
• Falta transparência na prestação de contas, o que viola o Princípio da Publicidade;
• Dificuldade de dos artistas e grupos culturais locais à programação da Lona;
• Inexistência do Conselho Gestor Comunitário;
• Inexistência de site pra divulgação da programação;
• Invariavelmente a Lona encontra-se fechada, dificultando até mesmo a obtenção de informações básicas, como a agenda de eventos.

Aterro do Cocotá, um Pólo de Cultura, Esporte e Lazer
Queremos que o Parque Poeta Manuel Bandeira se transforme em um dinâmico e criativo Pólo de Cultura, Esportes e Lazer, no qual a Lona Cultural deve ser o carro-chefe. Veja abaixo alguns dos equipamentos já disponíveis no local:
• Terminal de Barcas (outra reivindicação de mais de 20 anos dos moradores da Ilha);
• Biblioteca Municipal Euclides da Cunha;
• Feirinha de Roupas e Artesanato (nos finais de semana);
• Pista de skate;
• Ciclovia;
• Quadras para práticas de esportes;
• Academia da Terceira Idade.

Teatro de Lona Elbe de Holanda (1987 - 1997)
A implantação da primeira Lona Cultural na Ilha do Governador (e no Rio de Janeiro), em 1987, foi fruto do movimento “Teatro a Ilha Quer”, organizada pelo GATIG (Grupo de Artes e Teatro da Ilha do Governador), que mobilizou moradores, artistas e produtores. Inicialmente com o nome Teatro de Lona Elbe de Holanda, foi a resposta de um grande movimento cultural e comunitário iniciado após o fechamento dos três únicos cinemas da região, deixando o bairro desprovido de equipamentos culturais.
Com o término da gestão do GATIG em novembro de 1989, a gestão foi entregue ao Bloco do Cocotá, o que levou ao aprofundamento de seu abandono: o espaço virou local de guarda de carrocinhas de cachorro quente, reforma de carros etc. Por anos, a ausência de fiscalização por parte da Prefeitura foi notória e as instalações se depredaram. Neste período, mais uma vez um grupo de artistas, poetas e ecologistas do bairro se mobilizaram através de uma importante campanha pública denominada “Lona a Ilha Quer” e realizaram o enterro simbólico do espaço, com a participação de uma centena de pessoas, flores e um caixão, saindo do Cemitério do Cacuia até o Aterro do Cocotá, terminando com um ato público em frente à lona. Também foram organizados abaixo-assinados, saraus de poesia e outras manifestações culturais com grande repercussão na imprensa.
Em 1997, após anos de abandono, a Lona foi demolida arbitrariamente pela Prefeitura do Rio na gestão do então prefeito Conde, o mesmo que fechou o Circo Voador

Lona Cultural Renato Russo (2007)
Sem a Lona, novamente a população da Ilha iniciou um movimento para que outra fosse construída. O grupo ecológico Os Verdes (Movimento de Ecologia Social), juntamente com artistas e grupos culturais do bairro, perpetraram uma representação no Ministério Público Estadual, que instaurou Inquérito Civil para apurar as razões e responsabilidades quanto esta ilegalidade, uma vez que a Lei Orgânica Municipal, em seu Artigo 348, determina que “é vedada a extinção de qualquer espaço cultural público sem que seja ouvida a população local e sem a criação, na mesma Região Administrativa, de espaço equivalente”. 
No âmbito deste Inquérito Civil, a titular da Secretaria Municipal de Cultura à época comprometeu-se oficialmente diante do MP Estadual, através do Ofício C/GAB nº 314/96, de 13 de Maio de 1997: (...) “que esta Secretaria não tem a menor intenção de desativar a Lona Cultural da Ilha do Governador ou qualquer outro espaço cultural desta Cidade, mas, ao inverso, ampliar e difundir as manifestações culturais no Município, especialmente aquelas voltadas para as comunidades menos favorecidas”. Entre o compromisso firmado pela SMC junto ao MP Estadual levou a reconstrução da Lona da Ilha após 10 anos da sua demolição.
Foram longos 10 anos que contribuíram decisivamente para o esvaziamento cultural do bairro, aprofundando a exclusão da juventude e a falta de opções de lazer e diversão da população, tendo escasseado a própria produção cultural na região (que reconhecidamente sempre foi pujante e de qualidade) diante da falta de um espaço cultural público adequado.

Conselho Gestor Comunitário da Lona da Ilha
Em 03 de Fevereiro de 2007 houve um importante encontro de retomada do movimento social pró-lona da Ilha, do qual cerca de 70 moradores, artistas, ecologistas e representantes de entidades civis se reuniram na sede da Biblioteca Popular da Ilha do Governador, juntamente com representantes dos grupos culturais que administram as Lonas Culturais de Vista Alegre e da Maré, para conhecer suas experiências e dar início ao processo de criação do Conselho Gestor Comunitário da Lona da Ilha.
Foi unânime entre os presentes a proposta de que este espaço deve ser administrado por um conselho democrático e plural, com participação dos grupos culturais, artistas e comunidade. Prevista na legislação municipal, a criação do Conselho Gestor Comunitário nunca foi cumprida. Desta forma, esta é uma das reivindicações do Movimento SOS Lona Cultural da Ilha.
  

3 comentários:

  1. Parabéns a todos os ecologistas e ativistas culturais da Ilha do Governador pelo Movimento S.O.S Lona Cultural da Ilha.
    As Lonas Culturais da Cidade do Rio de Janeiro são fruto de muita mobilização e agitação cultural do Movimento Ecológico, Cultural e Popular da nossa Cidade.
    É um total absurdo o abandono e a precariedade das Lonas Culturais Cariocas.
    Vamos democratizar as lONAS CULTURAIS.
    Gestão democrática e participativa nas Lonas Culturais Já.

    Cordialmente,
    Ambientalista e Lider Estudantil MARCIO LUIZ
    Vice Presidente da Ong UZINA ECO ARTE de JACAREPAGUÁ.

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  2. Às bandas e produtores de eventos da Ilha do Governador

    Esta postagem não vai ter foto, pois o conteúdo é mais importante que a imagem.
    Encontrei um texto do ano de 2009, que define com clareza a inércia que predomina na cena independente, principalmente na Ilha do Governador. Todos reclamam que não existem espaços para eventos aqui na Ilha, realmente, não existe, a Lona Cultural é terreno para tudo, menos cultura. Ela foi idealizada, penso eu, para fomentar a cultura do bairro,shows, eventos populares e abertura de espaço para novas bandas, de todas as ideologias (rock, pagode, samba e até o famigerado funk). Mas não é isso que acontece, a Lona Cultural de cultural não tem porra nenhuma, falta uma administração séria que atenda os anseios da população insulana, falta incentivos aos músicos, falta equipamento com o mínimo de qualidade e, principalmente, nunca há datas para eventos musicais. Capoeira é legal? Sim. Dança é legal? Sim. Aulas diversas são legais? Sim. Mas e os shows onde ficam?
    Sr. Marcelo Mendes, cansei de sua péssima administração na Lona Cultural Renato Russo, se a prefeitura não te ajuda, brigue, faça valer a vontade popular em ter um local para eventos, se você não consegue isso, então peça para sair e deixe outro lutar pela Lona.
    Qual outro lugar na Ilha temos para eventos? New RockInside? Contemporâneo? Essas são casas de shows que visam lucros (não estão errados, é a verdadeira essência de uma empresa)e o rock não dá lucro porque o cara vai para um pagode com intenção de pegar mulher, brigar e etc. em vez de ir curtir uma música, apoiar uma banda ou apenas tomar umas cervejas e curtir o local.
    O porquê deste desabafo?
    Recentemente, um amigo promoveu um evento com premiação (tipo festival)em uma casa de shows, onde as bandas não pagavam nada para se inscrever e mostrar seu trabalho. CUSTO ZERO. No dia do primeiro evento, uma banda faltou e as outras duas levaram menos de 20 pessoas (tudo bem que choveu o dia quase todo), mas nas outras casas noturnas da região (pagode, funk, samba, lepo lepo e o cacete) cheias. Como não concordamos em fazer eventos obrigando as bandas a vender ingressos, meu amigo tomou no cú, pois o proprietário da casa não quis saber o que houve, cobrou o dele (não está errado), o dono dos equipamentos alugados também cobrou o dele (também não está errado).
    Nesse caso, tenho que concordar com a maioria de produtores de eventos que cobram venda de cota de ingressos, pois, na hora de acertar os custos ele já tem o dinheiro e foda-se a banda que faltou ou não trouxe público.
    Para finalizar, estou cansado desse nhemnhem de que precisamos fortalecer a cena underground, o público não dá moral para as bandas (somente parentes e amigos muito próximos), as bandas quando se destacam um pouco, se isolam do mundo onde viveram seus perrengues para tocar e esquecem dos irmãos que ainda estão á procura de um palco qualquer para se divertir, mostrar seu trabalho. A maioria das bandas não pensam em ficar famosos e ricos, os integrantes tem emprego, estudam e estão ali para fornecer entretenimento para eles e para aqueles abnegados que comparecem em seus shows (fui a 3 shows do ômega 3 e osa caras se divertem e nos divertem), se sentem gratificados com os aplausos e gritos de rock”n roll porra.
    Você que teve o saco de ler tudo isso, tenha só mais um pouco de paciência e leia o texto no link.
    E se não for pedir muito, você gosta do underground, não fique de POSER no facebook. Apoie a cena underground indo aos shows, divulgando as bandas e principalmente, quando te cobrarem R$ 10,00 por um couvert artístico, pague sem miséria. É muito pouco para você mas é muito bom para ajudar as bandas que se sacrificam para fazer um show.
    Desculpem pelo desabafo, mas é o que eu acho.

    http://metalrevolution.net/blog/2009/10/03/underground-–-a-uniao-que-nao-faz-a-forca-desabafo-sobre-a-cena-atual/

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