quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Novo esforço pode devolver ararinha-azul à natureza

Novo esforço pode devolver ararinha-azul à natureza
Celso Calheiros - 12/06/12
O Al Wabra Wildlife Preservation, no Qatar, mantém 60 ararinhas. (Fonte: Divulgação)

O caminho de volta da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) para a natureza é delicado e repleto de obstáculos intermediários. A população total da espécie hoje é de 93 aves, todas criadas em cativeiros, das quais 87 estão em instituições fora do Brasil. No entanto, junto com as fundações estrangeiras que criam os espécimes em cativeiro, o ICMBio articulou um plano para reintroduzir este psitacídeo ao seu habitat, uma pequena faixa do Sertão que margeia o Rio São Francisco
Esses números mostram a precariedade da situação da ararinha-azul. A ave está na lista vermelha da IUCN é classificada, desde 1994, como criticamente em perigo de extinção. O plano para seu o retorno à natureza é rico em detalhes, etapas preparatórias e missões para as instituições mantenedoras além da simples cessão de exemplares da espécie.
A Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP), do Qatar, é um dos parceiros críticos. Entre as 5 instituições mantenedoras das 80 aves disponíveis para o programa (13 indivíduos estão, hoje, na Suíça e não participarão) possui 60 indivíduos, de longe o maior número reunido de ararinhas-azul. Outro ponto a favor do projeto foi o ingresso de um parceiro de peso. A Vale agora integra o grupo composto pela a SAVE Brasil, ICMBio e Al Wabra.
A chegada da Vale no projeto é comemorada pelo coordenador de manejo para conservação de espécies ameaçadas do ICMBio, Ugo Vercillo. Ele diz que a parceria é a nova filosofia que o ICMBio procura implantar. “O governo sozinho faz pouco. Solitárias, a sociedade organizada e as empresas também. Agora, se todos se juntam, as capacidades são multiplicadas e grandes objetivos podem ser atingidos”, afirma. A diretora de Meio Ambiente da Vale, Gleuza Jesué, destaca o projeto: “Temos todo interesse em contribuir para a pesquisa dessa espécie e a possível reintrodução da mesma em seu ambiente natural”.
A Al Wabra, por exemplo, abraçou a causa das ararinhas desde 2000. Ela possui conhecimento adquirido por uma equipe composta de 2 curadores, 4 veterinários, 5 biólogos e 40 tratadores que trabalham perto da cidade de Al Shahaniyah, no Qatar. A instituição é mantida pelo xeque Saoud bin Mohamed bin Ali Al-Thani, que herdou a coleção do seu pai, o xeque Saoud.

O Al Wabra Wildlife Preservation, no Qatar, mantém 60 ararinhas. (Fonte: Divulgação)
Além da área de 2,5km2 na sede, dedicados a manutenção de 1.955 animais de 90 espécies, a Al Wabra adquiriu a fazenda Concórdia, em Curará, Bahia, local onde foi encontrado o ninho da última ararinha-azul na natureza, em 2000. A fazenda possui 2.380 hectares e poderá se transformar em reserva particular.
Este ano, os biólogos da Al Wabra avançaram na técnica da inseminação artificial sistemática, com apoio da Universidade de Giessen, na Alemanha, e da Parrot Reproduction Consulting, consultoria em reprodução de papagaios que desenvolveu a técnica para a universidade em conjunto com os veterinários e ornitólogos da Al Wabra. Como resultado, 5 filhotes nasceram. “Estão sendo criados à mão”, conta a bióloga da Al Wabra, Monalyssa Camandaroba. A pesquisadora diz que a prioridade número um é o aumento da população em cativeiro, para possibilitar o sucesso do programa de reintrodução no Brasil. “A Al Wabra está pronta para desempenhar um papel importante para alcançar esse objetivo”, garante.

No período reprodutivo do próximo ano, espera-se uma maior quantidade de ovos fertilizados. As fêmeas sem macho vão ser estimuladas por machos estéreis de outras espécies, como Ara severa ou Orthopsittaca manilata, para, em seguida, seus ovos serem inseminados com esperma de ararinha-azul. “Não temos como assegurar o sucesso da reprodução assistida, mas vamos aumentar a quantidade de aves estimuladas e ovos inseminados”, disse Monalyssa.

ACTP, Association for the Conservation of Threatened Parrots, mantém 7 ararinhas em cativeiro. Da esquerda para a direita estão Felicitas, Frieda, Paula e Paul. (Foto: Patrick Pleul /dpa/Zentralbild)


O manejo na reprodução da ararinha-azul possibilitará combinações genéticas, para estabelecer os melhores casais, aumentando a variabilidade dos genes. Outra forma para alcançar o mesmo objetivo é induzir a fertilização de um ovo por dois ou três machos distintos. Ambas as técnicas têm o intuito de melhorar a herança genética desses animais. Vercillo relembra um conhecimento chave sobre a sobrevivência das espécies. “Quanto maior a variabilidade genética, maior a chance de a população sobreviver na natureza”.
Com a mesma intenção, os biólogos da Al Wabra planejam criar um híbrido. Ele fortalecerá o vigor genético das ararinhas-azul em cativeiro. A estratégia, esclarece Monalyssa, é adotada em populações sob risco de extinção. A criação de um filhote híbrido ajudou a melhorar a genética do mutum-de-Alagoas, ave da Mata Atlântica nordestina também extinta na natureza. “Essa ação fortifica o quadro genético”, explica.
No caso da ararinha-azul, o híbrido é essencial, pois todas as que restam espalhadas pelo mundo provêm de um único casal. Logo, a variabilidade genética das sobreviventes é baixa. Nesse caso, a espécie que será usada para produzir o híbrido é a maracanã-do-buriti (Orthopsittaca manilata).
A espécie é bandeira da conservação, que desperta no grande público a necessidade de mantermos nossa fauna, conta Pedro Develey, da Save Brasil. “A ararinha-azul é como o urso panda ou os golfinhos”, compara. O filme de animação Rio, do diretor brasileiro Carlos Saldanha, chamou a atenção para o tráfico internacional de aves com as aventuras de Blu, a ararinha-azul solitária que foi levada ilegalmente para os EUA. Com o anúncio de Rio 2, Develey quer contatar Saldanha para aproximá-lo da causa e – por que não? – para o plano de reintrodução da ave na natureza.

O objetivo principal é reintroduzir a ararinha-azul no seu habitat, a Caatinga, bioma que também será beneficiado pelo projeto. (Foto: Edson Ribeiro)


 Develey conta que proteger o habitat da ararinha-azul é uma estratégia para proteger todo o bioma. “Estive na Caatinga e, sem grandes rigores, registramos cerca de 120 espécies de aves”, conta. O princípio de unir a salvação da ararinha-azul à conservação da Caatinga é real e consta do sumário executivo do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-Azul. Prevê-se a criação de unidades de conservação concomitantes ao retorno da ave à natureza. “Vamos discutir com calma sobre essas unidades de conservação, mas podemos imaginar que serão abertas ao público e podem se tornar um atrativo turístico para a observação de pássaros”.
A Save tem vasta experiência no estímulo à observação de aves. Um aspecto que chamou a atenção do diretor da instituição é a boa qualidade do habitat da ararinha-azul. “A Caatinga está toda lá, com todas suas ricas características, inclusive as caraibeiras [tronco de árvore preferido pelas ararinhas]. Encontramos vários outros psitacídeos, como as maracanãs e o papagaio-verdadeiro. Dói saber que está faltando uma espécie, que deveria estar lá, se não fosse a ação dos traficantes de animais silvestres”, diz Develey.
Acima, mapa da localização do município de Caraça, habitat das ararinhas.

O habitat da ararinha-azul é uma pequena faixa, em uma região quente e semiárida, com precipitação anual na ordem dos 460 mm, concentrados nos meses de dezembro a abril. Curaçá, Bahia, às margens do Rio São Francisco, é o município que tem recebido mais atenções do plano de ação, mas há outros candidatos que também margeiam o velho Chico, como Riacho da Vargem, Riacho Macururé e Riacho da Brígida, esse último em Pernambuco.
O diretor de Cultura do município de Curaça, Fernando Ferreira, explica que na cidade já existe um ânimo favorável para o retorno desses ilustres ex-habitantes. “O prefeito tanto explica para as comunidades mais afastadas a importância das ararinhas, como também sonha com o movimento de turistas e pesquisadores, interessados em vê-las de volta à natureza”, relata. Fernando Ferreira é também autor da música Brincadeiras de arara, que serve de trilha musical para o vídeo Ararinha na natureza, sobre o projeto, disponível no YouTube.
O projeto também buscará medidas compensatórias de intervenções que causam impacto negativo. Um exemplo são os linhões de transmissão de energia elétrica, apontados como potencialmente perigosos para aves. Haverá uma articulação com a agência ambiental baiana para garantir que novas licenças ambientais na região considerem o trabalho.

Por fim, além de oferecer um “lar” para esses psitacídeos de tamanho médio (o corpo da ararinha-azul mede entre 55 cm e 57 cm), é preciso educar e incentivar o homem simples a participar da conservação. O plano procurará envolver a comunidade e fazê-la compreender os benefícios em jogo.
Antes da soltura dos casais de ararinhas-azuis (entre 5 e 10 casais, nos cálculos dos entusiastas do projeto), está previsto, antes, um teste: fazer o mesmo com casais de maracanãs, espécie comum ao mesmo habitat, porém, que não estão em risco de extinção. Investigados os resultados dessa experiência, provavelmente em 2017, estarão cumpridas as etapas essenciais para a reintrodução da ararinha-azul, espécie do sertão de beleza e graça tão raras que a cobiça humana quase pôs-lhe um fim.



Mantenedores de reprodução em cativeiro
Governo Brasileiro
São Paulo, Brasil
4
Fundação Lymington
São Paulo, Brasil
1
Fundação Loro Parque
Tenerife, Espanha
8
Al-Wabra Wildlife Preservation
Sharharnia, Qatar
60
Association for the Conservation of Threatened Parrots
Schöneiche, Alemanha
7

*A Suíça possui 13 ararinhas azuis que não estão no plano nacional de ararinha-azul na natureza

Fonte: http://www.oeco.org.br/reportagens/26094-novo-esforco-pode-devolver-ararinha-azul-a-natureza

Ararinhas-azuis: filhotes brasileiros e quiçá uma UC

Filhotes de Ararinhas-Azuis
Os dois novos filhotes de ararinha-azul, nascidos em cativeiro no Brasil, reforçam os planos de reintroduzir a espécie de volta a seu habitat até 2021. Foto: Leonardo Milano/ICMBio

Manaus, AM - O Ano Novo traz uma grande esperança para dois filhotes de ararinhas-azuis, nascidos há dois meses no cativeiro no interior de São Paulo: a possibilidade do governo federal criar uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável com 44 mil hectares, em Curaçá (BA), região onde viviam os últimos da espécie em vida livre. A proposta da reserva já está pronta e a criação já foi até anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente, em maio. Agora só falta virar realidade.
As ararinhas-azuis nasceram entre os dias 25 e 27 de outubro, no interior de São Paulo, em uma instituição privada, o criadouro científico Nest, que tem o endereço sigiloso por questões de segurança. São os primeiros filhotes a nascer no Brasil, desde o ano 2000. A intensão é reproduzir a espécie em cativeiro até atingir um número suficiente para que seja feita a reintrodução no ambiente natural. A expectativa é chegar a 150 aves em cativeiro antes de iniciar a soltura, prevista para acontecer até 2021.
O diretor de Conservação da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save Brasil), Pedro Develey, explica que nessa região da caatinga se destacam as matas ciliares, com caraibeiras, uma espécie de ipê que chega a 20 metros de altura. "Elas têm porte necessário para suportar cavidades de tamanho suficiente para o ninho de uma ararinha", explica. Além disso, é uma região bem conservada, situação diferente de áreas próximas ao município de Juazeiro (BA) ou a outra margem do rio São Francisco, em Pernambuco, que já estão bastante degradadas.
A área protegida serviria também para proteger outros animais da caatinga, que ainda são encontrados por lá, como o tatu-bola. "A ararinha acaba sendo uma bandeira para outras espécies", afirma Develey. De acordo com ele, a proposta de ser um Unidade de Uso Sustentável se deve a presença de população humana e à criação de cabras na região. "Não tem como tirar as pessoas de lá e isolar a área. E não vamos conseguir tirar todas as cabras dali", explica Develey. "A ideia da integração é possível e aí você vai ter as pessoas como aliadas. Vão ver que a Unidade de Conservação ali foi positiva", completa. Entre as propostas, estão a concessão da bolsa verde a moradores da região.


Filhotes de ararinha

"Filhotes estão saudáveis e se desenvolvem de maneira excepcional",diz o pesquisador Ramiro Dias. Foto: Leonardo Milano/ICMBio
A ararinha-azul teve sua população dizimada principalmente devido ao tráfico de animais. Hoje, existem 99 em cativeiro, 13 no Brasil, incluindo os filhotes. O projeto de reintrodução é coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres do ICMBio (Cemave) e conta com parceria da Vale e organizações sem fins lucrativos, como o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save Brasil). A última reprodução em cativeiro no Brasil havia ocorrido há 14 anos, quando nasceu Flor, mãe dos dois filhotes nascidos em outubro. A Al-Wabra Preservação da Natureza, do Catar, e Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP, em inglês) e a Fundação Lymington também participam do programa.
Os filhotes nasceram com cerca de 15 gramas (os adultos pesam entre 310 e 340 g) e, nas primeiras semanas, a alimentação foi feita pelos pais, sem interferência dos cuidadores. Depois, passou a ser feita manualmente. Eles estão saudáveis e se desenvolvem de maneira excepcional, segundo o veterinário do Nest, Ramiro Dias. O sexo dos bebês ainda não é conhecido e só deve ser revelado após análises genéticas. Os nomes das ararinhas devem ser escolhidos em uma votação pública, a ser promovida pelo ICMBio.


Fotos de Leonardo Milano\ ICMBio

Fonte: http://www.oeco.org.br/noticias/28845-ararinhas-azuis-filhotes-brasileiros-e-quica-uma-uc

domingo, 2 de novembro de 2014

Montpellier, França

Montpellier
Por: Teresinha Victorino


 
 


 
 
A cidade de Montpellier é verdadeiramente francesa, diferente da cosmopolita Paris, mesmo sendo a oitava maior cidade da França, ela é tranquila como uma vila, mas ousada como uma metrópole.


Montpellier é a capital do Languedoc, uma cidade universitária com mil anos de história que possui uma das mais antigas faculdades de medicina do país, fundada em 1289. Mas a pesar disso é jovem e receptiva.



Recebe dez novos habitantes por dia, pouco mais de 50% da sua população tem menos de 35 anos. E como está a cerca de 3 horas de trem de Paris, Montpellier recebe visitas de jovens parisienses nos fins de semana e intercambistas de todo o mundo ao longo do ano. A cidade é especialista em cursos de francês para estrangeiros, sendo uma das três regiões do país com o maior número de cursos de idiomas e alunos estrangeiros.


Misturando o clássico com o moderno, Montpellier está melhorando e ficando mais colorida. O Odysseum é shopping mais futurista do país. Essa mistura entre o clássico e o sexy resultou no bonde mais inusitado do mundo: o bonde, que é algo antigo por definição, se tornou o meio de transporte mais moderno do país. Localizado na parte nova da cidade, Centre Commercial Odysseum que está no ponto final da linha 1 do bonde, oferece aos visitantes as compras da viagem.

O mais famoso ponto turístico de Montpellier, a Place de la Comédie é um bom ponto de partida conhecer a cidade. Outro ponto turístico da cidade é o Jardim do Peyrou desenhado em 1688 nos limites da cidade e que hoje se localiza no centro. Nele termina o aqueduto de St Clement conhecido como "les Arceaux", que abastecia as fontes da cidade e onde se pode apreciar a vista sobre "les Garrigues" e "Les Cevennes".



O centro história da cidade é conhecido por Écusson, ou cidade antiga. É um labirinto de ruelas logo atrás da Comédie, uma vila que é linda de fotografar e fácil de se perder. Subindo pela Comédie e atravessando todo o Écusson, chega a Rue Foch, que é a avenida principal de de Montpellier. Na esquerda tem um grande arco e na esquerda volta para a Écusson. 


No centro histórico da cidade pode-se visitar a Catedral de St Pierre onde se situa a antiga Universidade de Notre Dame des Tables, Les Ursulines e a "Place de la Comedie" onde se encontra a Ópera Comédie uma das mais antigas salas de espetáculos do país construída em 1755.
O Hotel de Ville é o prédio mais bonito da cidade, um enorme cubo de aço projetado por Jean Nouvel. É o mini distrito financeiro de Montpellier. Localizado as margens do Le Les, o rio que corta a cidade e tem vários restaurantes em sua orla.



Outro pouco turístico é o complexo "Antigone", moderno e com uma bela arquitetura.
A poucos quilômetros de distância das Praias de Palavas, Carnon e La Grande Motte onde pode-se encontrar bom peixe e dar um mergulho no Mediterrâneo.

Place de Zeus é um lugar charmoso, estudantil e com várias opções mais econômicas de hospedagem. Um excelente lugar para se hospedar em Montpellier.
 Como chegar e sair de Montpellier

Todo mundo chega de trem pela estação Saint-Roch, a 200 metros da Place de la Comedie. São apenas 3:20 hrs de Paris. Para quem vem de ônibus a viagem é um pouco mais longa, mas a estação rodoviária fica na parada Sabines da linha 2 do bonde. Eurolines e Linebus ligam Montpellier a quase 20 cidades europeias. Para quem chega de avião, existe um aeroporto bem próximo do centro da cidade, a cerca de 10 minutos de carro.

Os mosqueteiros do Rei da França “Um por todos e todos por um”

Os Mosqueteiros do Rei da França
Por: Teresinha Victorino


No século 17, havia uma corporação militar, considerada a elite do exército francês, que servia como escolta pessoal do rei. Essa tropa surgiu por volta de 1600, quando o soberano Henrique IV formou um grupo de guardas, cuidadosamente selecionados, que passou a ser responsável por sua segurança. Eram exímios espadachins. O desenvolvimento do mosquete, uma arma mais avançada, mudou o nome do grupo. "Quando Luís XIII (pai de Luis XIV) subiu ao trono da França (em 1610), ordenou que os carabineiros fossem armados com mosquetes. Então, esses soldados se tornaram conhecidos como mosqueteiros".
No começo, a tropa tinha só 100 homens, que recebiam treinamento em esgrima, tiro ao alvo e táticas de combate, além de aulas sobre a refinada etiqueta da corte francesa.

Símbolo do grupo era alusão a um rei francês:

1. MANTO
No início, os mosqueteiros usavam mantos azuis, com seu símbolo bordado na frente e atrás. Como o manto atrapalhava os movimentos em combate, ele foi posteriormente substituído por uma jaqueta justa de tecido grosso.

2. FAIXA
Feita de couro ou de pano, atravessava o peito do espadachim e servia para pendurar pequenas bolsas com projéteis - balas redondas de ferro, pesando 60 gramas.

3. SÍMBOLO

O emblema que passou a identificar os mosqueteiros era bordado com fios dourados e prateados. A cruz com flores-de-lis sobre um sol estilizado era uma alusão ao símbolo de Luís XIV, chamado de "Rei Sol".

4. MOSQUETE
A arma que dava nome ao grupo militar era carregada pela boca e tinha que ser apoiada numa forquilha para disparar. O mosquete media quase 2 metros de comprimento, pesava 9 quilos e atirava projéteis a 160 metros de distância. Sua precisão, porém, era mínima.

5. ACESSÓRIOS
Entre os acessórios usados pelo mosqueteiro estava um chifre de boi, que servia como recipiente para pólvora. Ele costumava ser pendurado num cinto de couro, onde podiam ficar presas também as bainhas de um punhal e da espada.

O Livro de Alexandre Dumas, pai.

Alexandre Dumas, os escritor francês do clássico "Os Três Mosqueteiros"

Clássico da capa e espada. A história se passa na França do século XVII, durante o reinado de Luis XIII. Os três mosqueteiros - Aramís, Porthos, Athos - fazem parte da guarda pessoal do rei e conhecem o novato conhecem D´Artagnan em um duelo. Eles se tornarão amigos inseparáveis e lutarão contra os soldados do cardeal Richelieu, inimigo do rei.
Os Três Mosqueteiros é o primeiro livro da série “capa-e-espada” e aventura que confere a Alexandre Dumas, escritor francês, fama internacional. Sua trama engenhosamente tecida, com muita ação, comicidade e erotismo, fiz desta obra um sucesso instantâneo e secular.
Esse romance conta as aventuras de quatro grandes heróis: Athos, Aramis, Porthos e D’artaghan – este último, aspirante a mosqueteiro – ambientado na França do século XVII, onde florescia o esplendor da corte, o sensacionalismo das intrigas políticas e o poderio econômico e cultural de uma época brilhante.
Através de um estilo de plena vitalidade, Dumas conseguiu suprir nesse romance as lacunas do conhecimento histórico que sua personalidade inquieta nunca lhe permitiu aprofundar. Para isso, inseriu alguns pormenores que faziam parte de seu cotidiano entre atrizes e conspirações, construindo assim uma “pintura fantasiosa” do cenário da França do século XVII.
De acordo com alguns historiadores, Dumas pretendia fazer de d’Artaghan um personagem secundário, cuja função seria introduzir os três mosqueteiros na história. Mas o personagem foi se desenvolvendo, tornando se uma figura atraente, a ponto de Alexandre Dumas resolver “promove-lo” aos poucos, até ele atingir o posto tão sonhado de mosqueteiro. Contudo, o título original da narrativa não se alterou.
De todos os mosqueteiros, Athos é o mais romântico. Guarda consigo o segredo de ter sido casado com Milady, a pérfida espiã a serviço do cardeal Richelieu; Aramis, este é astuto e generoso, que vê a vida como um jogo divertido, composto de amor, ação e preces. Ele se envolve apenas em assuntos que dizem respeito a sua espada, episódios sentimentais e à Igreja; Porthos é alto, gordo e bondoso, facilmente maleável e não muito inteligente.
É o personagem favorito de Dumas. Conta-se que, ao ser obrigado pelo enredo a matá-lo, o escritor chorou.
As aventuras dos três mosqueteiros se estendem a outros dois livros do mesmo autor: “Vinte anos depois” (1845) e “O Visconde de Bagelonne”(1848). Os três mosqueteiros foram várias vezes adaptados para o cinema. Sua mais recente versão data de 1993 e conta com a direção de Stephen Herek, no elenco Chris O’Donnel no papel de D’Artagnan, Kiefer Sutherland como Athos, Charlie Sheen como Aramis e Oliver Platt como Porthos.

Os filmes
Foram muitos os filmes baseados no clássico livro de Alexandre Dumas. Abaixo, o filme de 2011.






De produção francesa, inglesa, alemã e americana (2011). 
Direção: Paul W. S. Anderson. 
Elenco: Mila Jovovich, Logan Lerman, Orlando Bloom, Luke Evans, Christoph Waltz, James Corden, Juno Violet Temple, Mads Dittman Mikkelsen, David Matthew Macfadyen, George Raymond Stevenson.
Sinopse: O jovem D’Artagnan se une a três destemidos mosqueteiros nessa nova versão da clássica história de Alexandre Dumas. Entre lutas de espadas e perseguições alucinantes, eles precisam deter os avanços do vilão Richileu e proteger a bela Milady. Prepare-se para embarcar nas mais eletrizantes aventuras já realizadas em 3D.
Link para assistir online:

A série
A BBC de Londres lançou este ano (2014) uma série televisiva do clássico livro de Alexandre Dumas. 
The Musketeers, série da BBC de Londres.










A série de 2014, tem no elenco, Peter Capaldi, como o Cardeal Richelieu, além de Santiago Cabrera, Tom Burke e Howard Charles, respectivamente Aramis, Athos e Porthos, já Luke Pasqualino interpreta D’Artagnan.

The Musketeers que estreia no Reino Unido em janeiro de 2014 ainda não tem uma data para chegar ao Brasil.

Sinopse
Situada na Paris do século 17, a série vai acompanhar as missões do misterioso Athos (Tom Burke, de The Hour), o valente Aramis (Santiago Cabrera, de Merlin) e o humilde Porthos (Howard Charles), soldados treinados e aventureiros que trabalham como guardas pessoais do Rei Luís XIII (Ryan Gage, de O Hobbit: A Desolação de Smaug)
Posteriormente, o trabalhador rural D'Artagnan (Luke Pasqualiano, de Skins) se juntará ao famoso trio de mosqueteiros para vingar a morte do pai. contra as tramas do Cardeal Richelieu (Peter Capaldi, da série Doctor Who), um homem ambicioso, que tem como cúmplice a bela Milady de Winter (Maimie McCoy, da série Personal Affairs), uma das mais misteriosas e belas mulheres de Paris.


Rei Luis XIV de França, o Rei Sol

Rei Luis XIV de França, o Rei Sol
Por. Teresinha Victorino

Rei Luis XIV - Rei Sol

O Rei Luis XIV é um dos reis mais conhecido e mais carismático da História da França. Ele foi responsável pela construção do Castelo de Versalhes, um dos monumentos históricos mais visitados da França.
Nasceu em 1638, filho do Rei Luis XIII e de Ana d'Áustria e subiu ao trono antes de completar os cinco anos após a morte do pai (1643).
Devido à sua pouca idade, o cardeal Jules Mazarin assumiu o governo do reinado até à sua maioridade e durante esse tempo, enfrentou muitos problemas, como as revoltas do Parlamento de Paris e dos Nobres, mas garantiu a posse do futuro rei. Em 1661, Luis XIV tomou posse e assumiu a sua função de monarca hereditário. Ele governava sozinho e detinha todos os poderes do Estado (“O Estado sou eu”!).
Durante o seu reinado, a França viveu um período de monarquia absoluta. Segundo Luis XIV, os seus poderes eram provenientes do Direito Divino. E por isso, ele seria o representante direto de Deus na Terra.
Luis XIV acabou se auto-proclamando “o Rei Sol”. Ele pretendia se igualar ao astro-rei, aquele que brilha para todos e que dá vida à humanidade. O Sol se tornou, assim, o emblema de Luis XIV. Uma forma de demonstrar a seus súditos que seus poderes eram ilimitados e inesgotáveis.
Luis XIV levava tão a sério essa sua vontade de ser visto como um Rei Sol que todos os seus gestos cotidianos eram efetuados em público. Desta forma, a corte podia assistir todos os atos da vida do Rei ao longo do dia, desde que ele acordava até que ia dormir, passando mesmo pelas atividades íntimas. O sol é o símbolo da vida, mas também da ordem e do rigor. Ele servia também para lembrar aos súditos que toda contestação aos poderes do Rei acarretariam a morte do indivíduo contestatário.
No seu governo reorganizou o exército dando ao país o maior poderio militar da Europa. Suas ações militares no exterior iniciaram-se com a invasão dos Países Baixos espanhóis, que considerava pertencerem à esposa por direito de herança (1667). O êxito alcançado nessa guerra permitiu-lhe ditar as condições de paz à coalizão de Espanha e Áustria.
Seu reinado, um dos momentos culminantes da história da França, durou mais de 50 anos, destacou-se politicamente pelo absolutismo monárquico, onde o rei controlou até os detalhes mais insignificantes do governo, e pela posição hegemônica a que elevou seu país na Europa. Deu incentivos às atividades culturais, pois considerou o incentivo às artes assunto de estado, e protegeu os dois maiores autores clássicos da literatura francesa, Racine e Molière.
Construiu o imponente e luxuoso Palácio de Versalhes, perto de Paris, onde viveu a corte francesa. Príncipe caprichoso, apreciava a etiqueta, festas e belas mulheres. Fundou a Academia de Ciências de Paris, cujos membros eram pagos para produzir ciências, principalmente, para geração de inovações tecnológicas e científicas que tivessem aplicação na área militar. Faleceu em Versalhes como um símbolo da monarquia absolutista.



A História do Palácio de Versalhes

O Palácio de Versalhes

Vista frontal do Palácio de Versalhes

O Palácio de Versalhes é um castelo real localizado na cidade de Versalhes, subúrbio de Paris. Desde 1682 até 1789, ano em que teve início a Revolução Francesa, foi o centro do poder do Antigo Regime na França. Sua localização deve-se ao fato da procura de um local afastado dos grandes centros, devido ao grande tumulto de gente e doenças nesses locais. 
Rei Luis XIV, o Rei Sol com a provável planta do palácio em sua mão.

Construído pelo rei Luís XIV, o "Rei Sol", a partir de 1664, veio mais tarde a tornar-se, em 1682, a residência oficial do monarca e também o símbolo da monarquia absolutista, sustentada pelo rei. Considerado o maior palácio da época e um dos maiores atualmente, o Palácio de Versalhes possui uma ampla extensão que ocupa mais de 100 hectares, possuindo 700 quartos, 352 chaminés, 1250 lareiras, 67 escadas, 2153 janelas e um parque de 700 hectares. Pela sua opulência e grandiosidade, tornou-se o mais luxuoso de toda a Europa, tendo sido, por inúmeras vezes, copiado. Foi projetado pelo arquiteto francês Louis Le Vau, sendo concluído por Jules Hardouin-Mansart, após sua morte. Em 1837, após a Revolução Francesa, o Palácio foi transformado em um museu de História, atualmente, sendo o ponto turístico mais visitado da França recebendo, em média, 8 milhões de turistas por ano.

O Luxo e o Palácio de Versalhes
Pintura de Versalhes em 1772

O Palácio de Versalhes era bastante conhecido pela sua ostentação e riqueza. Alguns historiadores lançaram relatórios que estimavam o custo para a manutenção do palácio. Segundo tais relatórios, esses valores chegavam  a consumir, exorbitantes, 25% do rendimento do governo francês. Porém muitos historiadores discordam desses relatórios, afirmando que esse número seria inflacionado, a fim de aumentar as extravagâncias da família real, levando assim, a uma das causas da Revolução Francesa. A hipótese mais provável é que os custos não ultrapassavam os 6%, tendo uma média geral de cerca de 3,5%. Já com relação ao valor das obras, o debate é ainda maior. Em 2001, os historiadores norte-americanos Miffllin e Littell, divulgaram um relatório que estimava o custo da obra em cerca de US$ 2 bilhões, número este, discordado por muitos, que mencionam a existência de supostos relatórios financeiros da época, que mencionam um gasto de mais de 60 milhões de livres de ouro, antiga  unidade monetária francesa, o que leva a valores entre 12 e 300 bilhões de dólares.


A Estrutura de Versalhes
Versalhes teve seu projeto criado inicialmente por Le Vau e continha os seguintes espaços principais:

O Salão de Apolo. Veja as pinturas do rei no teto, que dão a
ideia de soberania e poder. Perceba a decoração e os orna- mentos, todos feitos em ouro e o piso em mármore italiano. Arte e luxo a serviço do monarca.
quarto, que conserva a verdadeira característica da rainha, o
amor à vida monótona e fria, regados de muito dinheiro e luxo.


Grand Appartement du Roi (Grande Apartamento Real): consistia em um grande espaço que ocupava juntamente com o grand appartement de la reine todo o primeiro andar do palácio. Era um espaço particular do rei, porém Luís XIV achou as salas frias e preferiu ocupar as instalações ocupadas anteriormente por seu pai, ficando o grand appartement du roi sendo reservado para as funções da corte. A estrutura deste imenso "cômodo", baseava-se no formato do sistema heliocentral com o centro posto no Salon d'Apollon (Salão de Apolo). Este apartamento era formado pelos seguintes salões: Salon de Diane, de Saturne, Jupiter, Mars, Vénus e o de Mercure.  Cada um dos salões foram nomeados com o nome de divindades romana associadas a um dos planetas. Todo o espaço foi decorado com estátuas e ornamentos feitos em prata e ouro, tendo sido todo o trabalho efetuado por Charles Le Brun em estilos decorativos italianos.

O quarto da rainha Maria Antonieta. Confira o esplendor do

Rinha Maria Antonieta 1783

Grand Appartement de la Reineformado por uma fila de salas, foi utilizado como residência de três rainhas francesas: Maria Tereza de Espanha, esposa de Luís XIV; Maria Leszczyńska, esposa de Luís XV e Maria Antonieta, esposa de Luís XVI. Este imenso cômodo consiste em um conjunto de salas enfileiradas que segue abaixo:
Salle des Gardes de la Reine: foi o quarto em que aconteceu um combate entre os revoltosos da Revolução Francesa e os guardas da rainha que morreram tentando protegê-la.
Grand Cabinet: sala usada para audiências formais dadas pela rainha Maria Antonieta.
Antichambre: era o local usado pela família real, incluindo o rei e a rainha, para promover banquetes reais em público, também servindo como uma sala de teatro.
Chambre de la Reine: funcionava como o quarto de dormir da rainha Maria Antonieta, tendo sido invadido por revoltosos na noite de 6 para 7 de outubro de 1789, obrigando assim a rainha a fugir por um corredor secreto que ligava o seu quarto com os aposentos do Rei.






Galeria dos EspelhosÉ uma sala conhecida internacionalmente pela assinatura do Tratado de Versalhes em seu interior. Consiste em um grande espaço envolto de espelhos em sua estrutura tendo o teto em formato de um arco revestido de dezessete espelhos que refletem a vista das imensas janelas que o compõem. Tendo sido importado de Veneza na Itália, os espelhos eram tidos como os mais extravagantes elementos que se podia adquirir na época. Tendo sido decorado com pinturas que retratava o heroísmo e as vitórias militares de Luís XIV, foi nesta sala que aconteceu o evento mais dispendioso do século XVIII: o Baile dos Teixos, um baile à fantasia em que o rei Luís XV, fantasiado de teixo, encantou-se com Jeanne- Antoinette que estava vestida como a deusa Diana, e que mais tarde se tornaria sua amante e conhecida na história como Madame de Pompadour.

Regras de Etiqueta
Elaboradas por Luís XIV, estas regras tornaram-se o meio do progresso social da corte francesa que incluía os pontos que seguem abaixo:
 1. O rei não aceitava ser incomodado, nem ao menos ouvir uma batida na porta, sendo permitido apenas um pequeno arranhão com o dedo mindinho esquerdo em sua porta.
  2. Quando um cavalheiro ia se sentar, deveria deslizar seu pé esquerdo em frente ao outro, pousando as mãos na cadeira e suavemente poderia se sentar, pois se fizesse isso de maneira abrupta, poderia rasgar suas calças apertadas.
  3. Não era permitido que os homens e as mulheres cruzassem as pernas em público.
  4. Os vestidos das damas eram feitos de tal forma que não permitissem fazer ações que não fosse sentar e caminhar. Por esse motivo, elas passavam a maior parte do tempo bordando, pintando, escrevendo cartas e criando seus próprios cosméticos.
  5. Assim como as damas da corte, os homens não podiam fazer outras ações a não ser escrever cartas, ler discursos e praticar esportes como, tiro ao arco e caça. 
  6. Não era permitido que as damas segurassem a mão ou abraçassem um cavalheiro, podendo apenas tocar nas pontas dos dedos de um homem ou dar um leve tapinha no seu cotovelo.

Fechamento

Atualmente o palácio é um museu de história, sendo o ponto turístico mais visitado da França, ao contrário do que muitos pensam ser a Torre Eiffell ou o museu do Louvre. Com grandes acervos de excelentes pintores dos século XVII e XVIII, o palácio ainda conserva grandes características da época, sendo uma grande oportunidade de conhecer a história que se passa por trás da Revolução Francesa e da corte que ali vivia, regadas de luxo e esplendor. Este palácio revela uma triste realidade do homem: o mero desprezo pelo seu próximo, que ao construir um palácio como esse não está preocupado com os problemas das pessoas mais carentes que, na época, viviam esquecidas, entre a miséria, a fome e a opressão. Morriam de fome, porque eram obrigadas a dar quase tudo que tinham em forma de impostos para aumentar a riqueza dos nobres e o luxo dos monarcas que viviam suas vidas monótonas e despreocupadas. Tudo para alimentar ainda mais sua ganância. Como dizia o filósofo Arthur Schopenhauer, " A riqueza é como água salgada: quanto mais se bebe, mais sede se tem." Por isso, devemos ter em mente o mesmo pensamento de Gotthold Lessing que afirmou que "a riqueza é a menor das necessidades; [pois] a maior é a sabedoria".

Fonte: http://espacodahistoriasempre.blogspot.com.br/p/historia-do-palacio-de-versalhes.html

Conheça um pouco mais o Palácio de Versalhes, ande pelas galerias e obras de arte, numa visita virtual pelo site:
http://www.historiadigital.org/visitas-virtuais/visita-virtual-ao-palacio-de-versalhes/