domingo, 2 de novembro de 2014

A História do Palácio de Versalhes

O Palácio de Versalhes

Vista frontal do Palácio de Versalhes

O Palácio de Versalhes é um castelo real localizado na cidade de Versalhes, subúrbio de Paris. Desde 1682 até 1789, ano em que teve início a Revolução Francesa, foi o centro do poder do Antigo Regime na França. Sua localização deve-se ao fato da procura de um local afastado dos grandes centros, devido ao grande tumulto de gente e doenças nesses locais. 
Rei Luis XIV, o Rei Sol com a provável planta do palácio em sua mão.

Construído pelo rei Luís XIV, o "Rei Sol", a partir de 1664, veio mais tarde a tornar-se, em 1682, a residência oficial do monarca e também o símbolo da monarquia absolutista, sustentada pelo rei. Considerado o maior palácio da época e um dos maiores atualmente, o Palácio de Versalhes possui uma ampla extensão que ocupa mais de 100 hectares, possuindo 700 quartos, 352 chaminés, 1250 lareiras, 67 escadas, 2153 janelas e um parque de 700 hectares. Pela sua opulência e grandiosidade, tornou-se o mais luxuoso de toda a Europa, tendo sido, por inúmeras vezes, copiado. Foi projetado pelo arquiteto francês Louis Le Vau, sendo concluído por Jules Hardouin-Mansart, após sua morte. Em 1837, após a Revolução Francesa, o Palácio foi transformado em um museu de História, atualmente, sendo o ponto turístico mais visitado da França recebendo, em média, 8 milhões de turistas por ano.

O Luxo e o Palácio de Versalhes
Pintura de Versalhes em 1772

O Palácio de Versalhes era bastante conhecido pela sua ostentação e riqueza. Alguns historiadores lançaram relatórios que estimavam o custo para a manutenção do palácio. Segundo tais relatórios, esses valores chegavam  a consumir, exorbitantes, 25% do rendimento do governo francês. Porém muitos historiadores discordam desses relatórios, afirmando que esse número seria inflacionado, a fim de aumentar as extravagâncias da família real, levando assim, a uma das causas da Revolução Francesa. A hipótese mais provável é que os custos não ultrapassavam os 6%, tendo uma média geral de cerca de 3,5%. Já com relação ao valor das obras, o debate é ainda maior. Em 2001, os historiadores norte-americanos Miffllin e Littell, divulgaram um relatório que estimava o custo da obra em cerca de US$ 2 bilhões, número este, discordado por muitos, que mencionam a existência de supostos relatórios financeiros da época, que mencionam um gasto de mais de 60 milhões de livres de ouro, antiga  unidade monetária francesa, o que leva a valores entre 12 e 300 bilhões de dólares.


A Estrutura de Versalhes
Versalhes teve seu projeto criado inicialmente por Le Vau e continha os seguintes espaços principais:

O Salão de Apolo. Veja as pinturas do rei no teto, que dão a
ideia de soberania e poder. Perceba a decoração e os orna- mentos, todos feitos em ouro e o piso em mármore italiano. Arte e luxo a serviço do monarca.
quarto, que conserva a verdadeira característica da rainha, o
amor à vida monótona e fria, regados de muito dinheiro e luxo.


Grand Appartement du Roi (Grande Apartamento Real): consistia em um grande espaço que ocupava juntamente com o grand appartement de la reine todo o primeiro andar do palácio. Era um espaço particular do rei, porém Luís XIV achou as salas frias e preferiu ocupar as instalações ocupadas anteriormente por seu pai, ficando o grand appartement du roi sendo reservado para as funções da corte. A estrutura deste imenso "cômodo", baseava-se no formato do sistema heliocentral com o centro posto no Salon d'Apollon (Salão de Apolo). Este apartamento era formado pelos seguintes salões: Salon de Diane, de Saturne, Jupiter, Mars, Vénus e o de Mercure.  Cada um dos salões foram nomeados com o nome de divindades romana associadas a um dos planetas. Todo o espaço foi decorado com estátuas e ornamentos feitos em prata e ouro, tendo sido todo o trabalho efetuado por Charles Le Brun em estilos decorativos italianos.

O quarto da rainha Maria Antonieta. Confira o esplendor do

Rinha Maria Antonieta 1783

Grand Appartement de la Reineformado por uma fila de salas, foi utilizado como residência de três rainhas francesas: Maria Tereza de Espanha, esposa de Luís XIV; Maria Leszczyńska, esposa de Luís XV e Maria Antonieta, esposa de Luís XVI. Este imenso cômodo consiste em um conjunto de salas enfileiradas que segue abaixo:
Salle des Gardes de la Reine: foi o quarto em que aconteceu um combate entre os revoltosos da Revolução Francesa e os guardas da rainha que morreram tentando protegê-la.
Grand Cabinet: sala usada para audiências formais dadas pela rainha Maria Antonieta.
Antichambre: era o local usado pela família real, incluindo o rei e a rainha, para promover banquetes reais em público, também servindo como uma sala de teatro.
Chambre de la Reine: funcionava como o quarto de dormir da rainha Maria Antonieta, tendo sido invadido por revoltosos na noite de 6 para 7 de outubro de 1789, obrigando assim a rainha a fugir por um corredor secreto que ligava o seu quarto com os aposentos do Rei.






Galeria dos EspelhosÉ uma sala conhecida internacionalmente pela assinatura do Tratado de Versalhes em seu interior. Consiste em um grande espaço envolto de espelhos em sua estrutura tendo o teto em formato de um arco revestido de dezessete espelhos que refletem a vista das imensas janelas que o compõem. Tendo sido importado de Veneza na Itália, os espelhos eram tidos como os mais extravagantes elementos que se podia adquirir na época. Tendo sido decorado com pinturas que retratava o heroísmo e as vitórias militares de Luís XIV, foi nesta sala que aconteceu o evento mais dispendioso do século XVIII: o Baile dos Teixos, um baile à fantasia em que o rei Luís XV, fantasiado de teixo, encantou-se com Jeanne- Antoinette que estava vestida como a deusa Diana, e que mais tarde se tornaria sua amante e conhecida na história como Madame de Pompadour.

Regras de Etiqueta
Elaboradas por Luís XIV, estas regras tornaram-se o meio do progresso social da corte francesa que incluía os pontos que seguem abaixo:
 1. O rei não aceitava ser incomodado, nem ao menos ouvir uma batida na porta, sendo permitido apenas um pequeno arranhão com o dedo mindinho esquerdo em sua porta.
  2. Quando um cavalheiro ia se sentar, deveria deslizar seu pé esquerdo em frente ao outro, pousando as mãos na cadeira e suavemente poderia se sentar, pois se fizesse isso de maneira abrupta, poderia rasgar suas calças apertadas.
  3. Não era permitido que os homens e as mulheres cruzassem as pernas em público.
  4. Os vestidos das damas eram feitos de tal forma que não permitissem fazer ações que não fosse sentar e caminhar. Por esse motivo, elas passavam a maior parte do tempo bordando, pintando, escrevendo cartas e criando seus próprios cosméticos.
  5. Assim como as damas da corte, os homens não podiam fazer outras ações a não ser escrever cartas, ler discursos e praticar esportes como, tiro ao arco e caça. 
  6. Não era permitido que as damas segurassem a mão ou abraçassem um cavalheiro, podendo apenas tocar nas pontas dos dedos de um homem ou dar um leve tapinha no seu cotovelo.

Fechamento

Atualmente o palácio é um museu de história, sendo o ponto turístico mais visitado da França, ao contrário do que muitos pensam ser a Torre Eiffell ou o museu do Louvre. Com grandes acervos de excelentes pintores dos século XVII e XVIII, o palácio ainda conserva grandes características da época, sendo uma grande oportunidade de conhecer a história que se passa por trás da Revolução Francesa e da corte que ali vivia, regadas de luxo e esplendor. Este palácio revela uma triste realidade do homem: o mero desprezo pelo seu próximo, que ao construir um palácio como esse não está preocupado com os problemas das pessoas mais carentes que, na época, viviam esquecidas, entre a miséria, a fome e a opressão. Morriam de fome, porque eram obrigadas a dar quase tudo que tinham em forma de impostos para aumentar a riqueza dos nobres e o luxo dos monarcas que viviam suas vidas monótonas e despreocupadas. Tudo para alimentar ainda mais sua ganância. Como dizia o filósofo Arthur Schopenhauer, " A riqueza é como água salgada: quanto mais se bebe, mais sede se tem." Por isso, devemos ter em mente o mesmo pensamento de Gotthold Lessing que afirmou que "a riqueza é a menor das necessidades; [pois] a maior é a sabedoria".

Fonte: http://espacodahistoriasempre.blogspot.com.br/p/historia-do-palacio-de-versalhes.html

Conheça um pouco mais o Palácio de Versalhes, ande pelas galerias e obras de arte, numa visita virtual pelo site:
http://www.historiadigital.org/visitas-virtuais/visita-virtual-ao-palacio-de-versalhes/

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