quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ilha do Governador guarda o mais bem conservado manguezal da Baia da Guanabara


Por: Teresinha Victorino
Especialista em Educação Ambiental


O bairro da Ilha do Governador tem um grande valor histórico e ambiental para a cidade do Rio de Janeiro. Suas histórias se entrelaçam tanto com as do Rio de Janeiro e como em parte com a do Brasil. O bairro também conserva áreas de Floresta Atlântica e um dos mais bem preservados manguezais da Baia da Guanabara, o Manguezal do Jequiá.
A Floresta ou Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade das Américas. Possui um conjunto de ecossistemas diversificados, entre eles o manguezal. Os manguezais são ecossistemas costeiros de transição entre os ambientes terrestre e marinho, têm sua localização restrita à faixa entre marés (situada entre o ponto mais alto da maré alta e o ponto mais baixo da maré baixa). É um ambiente diverso em espécies que incluem microorganismos associados às raízes das espécies arbóreas, invertebrados marinhos, peixes e aves que utilizam o manguezal como ninhal. Sua riqueza biológica faz com que essas áreas sejam os grandes "berçários" naturais, tanto para as espécies características desses ambientes, como para peixes e outros animais que migram para as áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase do ciclo de sua vida.
Os manguezais exercem funções benéficas ou serviços gratuitos à comunidade, como: proteção das áreas de terra firme contra tempestades e ações erosivas das marés; retenção de poluentes; retenção de sedimentos finos carreados pelas águas; manutenção e conservação de estoques pesqueiros do estuário, garantindo a piscosidade na região; recreação e lazer.
A proteção e a conservação dos manguezais são muito importante tanto para a preservação de sua estrutura vegetal, animal e ecológica como para a produção pesqueira. O manguezal é um dos ecossistemas mais produtivos e também o mais vulnerável aos efeitos do desenvolvimento econômico e do crescimento desordenado das populações humanas.
O Manguezal do Jequiá por ser uma região ambientalmente tão rica que se impôs a necessidade de ser preservada e conservada. Para isso o município do Rio de Janeiro criou, em 1993, a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU). A APARU do Jequiá possui uma área de 147 ha. que inclui além do manguezal, remanescente de Floresta Atlântica, Morro do Matoso, sambaquis e ecossistemas associados como o Costão Rochoso. Em sua área vive a comunidade da Colônia de Pesca Z-10, a primeira a ser criada no Brasil. O CEA-Jequiá (Centro de Educação Ambiental) da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAC) localizado ali, deve servir como referência para estudos sobre o ecossistema manguezal, em especial, o Manguezal do Jequiá. 

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