segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Área de Mata Atlântica existente no Rio de Janeiro será mapeada em 2012

Em janeiro, o governo do Rio de Janeiro deve iniciar o censo da Mata Atlântica, que vai verificar a quantidade e a qualidade das florestas existentes no estado, além de contribuir para formulação de políticas públicas voltadas à preservação ambiental.
O levantamento, que deve durar oito meses, analisará regiões de mata nativa ou reflorestadas do Rio, mapeará as espécies predominantes, os problemas existentes nas áreas preservadas e também vai reunir informações para o Inventário Florestal Nacional, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e que reunirá dados dos biomas do país. O investimento estimado é de R$ 5 milhões.
De acordo com Alba Simon, superintendente de Biodiversidade e Florestas da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), serão colhidas amostras de 320 pontos do estado para análise do solo e das espécies de plantas existentes.
Também será realizado um inventário de carbono, ou seja, será possível estimar quanto está armazenado de CO2 no solo onde estão as árvores. “De todo o território do estado, 27% é de cobertura florestal. Agora, vamos colocar uma lupa e realizar um retrato real, talvez cruel, da biodiversidade”, afirma Alba.
Pressão econômica – A superintendente cita que as florestas têm sofrido uma forte pressão devido ao desenvolvimento econômico do estado e que há necessidade de criar maneiras de evitar o avanço de licenças de instalação de novos empreendimentos industriais sobre áreas de preservação.
“Estamos licenciando muitos empreendimentos de alto impacto. Isso significa mais pressão sobre os fragmentos florestais. Precisamos saber a situação da vegetação em áreas, por exemplo, que estão próximas à construção de novos portos ou de complexos petroquímicos”, explica.
De acordo com estudo divulgado em setembro pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), entre 2011 e 2013 o estado vai receber investimentos privados que somarão R$ 181,4 bilhões. O montante dividido por cada quilômetro quadrado do estado (43,7 mil km², segundo o IBGE) equivale a R$ 4 milhões.
Combate a crimes ambientais – De acordo com Alba, as unidades de conservação e parques também serão monitorados. Para isso, imagens de satélite serão analisadas nos próximos seis meses para detectar possíveis infrações.
“Queremos verificar se existe a necessidade de criação de novas áreas de preservação ou mesmo se será preciso modificar as categorias de conservação já existentes”, disse.
Também será realizado um questionário com famílias que moram dentro dessas regiões ou nas proximidades e que utilizam os recursos naturais. “Queremos saber a percepção dessas pessoas em relação à água e à floresta. Elas responderão como as espécies nativas contribuem na renda familiar”, disse Telmo Borges, coordenador do inventário florestal no estado. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)

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