quarta-feira, 13 de julho de 2011

Floresta de mangue é desmatada ilegalmente na APARU do Jequiá

Por: Teresinha Victorino
O Manguezal do jequiá abriga três espécies de mangue (o mangue preto[1] o mangue branco[2] e o mangue vermelho[3] ou bravo) e outras variadas de fauna e flora.



[1]Mangue Preto ou Seriba - (Avicennia germinas e Avicennia Schaueriana)
A Siriúba, gênero Avicennia, é uma arvore com casca lisa castanho – claro, que quando raspada mostra cor amarelada. A siriúba tem folhas esbranquiçadas por baixo devido à presença de minúsculas escamas. O sistema radicular dessa espécie e muito interessante, desenvolvem-se horizontalmente, a poucos centímetros abaixo da superfície do sedimento.
Dessas raízes axiais saem ramificações que crescem eretas (geotropismo negativo), expondo-se ao ar como autênticos paliteiros, são os chamados pneumatóforos. Estes apresentam consistência esponjosa, e têm função destacada no processo das trocas gasosas entre a planta e o meio. 
Avicennia (mangue preto) é dos gêneros mais tolerantes, conseguindo sobreviver em locais em que as águas intersticiais chegam a conter 65 à 90 partes de sal por 1.000 partes de água


Floração da Avicenia schaueriana
 
Pneumatóforos da Avicenia schaueriana
Destacando-se as lenticelas 
[2] Mangue Branco (Laguncularia racemosa
O mangue Branco, mangue manso ou tinteira, gênero Lagunculária, é comumente uma árvore pequena, cujas folhas têm pecíolo vermelho com duas glândulas em sua parte superior, junto à lâmina da folha. Possui sistema radicular semelhante ao da siriúba, porém menos desenvolvido, tanto em número quanto em altura dos pneumatóforos. Produz grande quantidade de propágulos, formando verdadeiros cachos (67acemos) que pendem das partes terminais dos galhos.
Apresenta tolerância intermediária, quando comparada com a dos gêneros vermelho e preto.

 Sistema radicular
Laguncularia racemosa
Pneumatóforo da Laguncularia
Floração da Lagunculária 
Racemosa 
 [3] Mangue Vermelho ou Sapateiro (Rhizóphora mangue)
O Mangue Vermelho ou mangue verdadeiro, gênero Rhizophora, é uma arvore de casca lisa e clara, que ao ser raspada mostra cor avermelhada. O sistema radicular do mangue vermelho é formado por rizóforos que partem do tronco e dos ramos, formando arcos com aspecto muito característicos e, ao atingirem o solo ramificam-se profusamente permitindo melhor sustentação da planta num sedimento pouco consolidado. As estruturas reprodutivas ao amadurecerem caem como lanças, apontadas para baixo, vindo a enterrar-se na lama por ocasião da baixa-mar.
É o gênero menos tolerante à presença do sal desenvolvendo-se melhor em locais onde a água contida no sedimento (água intersticial) apresenta teores menores que 50 partes de sal por 1.000 partes de água.
 
Floração da Rhizophora mangle
Rhizóforo da Rhizophora mangle
 
Os manguezais, ou florestas de mangue, podem ser considerados um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil. São ricos em alimento, servindo de abrigo para diferentes espécies animais. Também funcionam como um filtro biológico, retendo terra e outros materiais trazidos pelos rios, evitando que escoem para o mar.
Comparado a outras florestas, os manguezais não são muito ricos em espécies, mas, destacam-se pela grande variedade das populações que vivem neles. Os manguezais são considerados ecossistemas-chave e um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil devido a uma grande variedade de recursos naturais e serviços ambientais que dão suporte a atividades econômicas além de assegurar a integridade ambiental em áreas costeiras tropicais.
Os bosques de mangues são descritos como sendo a transição clássica entre os ecossistemas terrestre e marinho. As ligações entre os ecossistemas são efetuadas por meio de vários cursos de água, pelos quais passa a maioria dos materiais transportáveis entre as biotas associadas. Portanto, o manguezal é freqüentemente caracterizado como um ecossistema aberto, que exerce inúmeras influências sobre os ecossistemas adjacentes.
No artigo Ecossistema Manguezal como compatibilizar a conservação e apropriação pelo capital apresenta uma matéria da revista National Geographic de 01 de fevereiro de 2002, que chama atenção para a importância da preservação das vegetações de manguezais. Segundo ela a "perda das florestas de mangue poderá ser catastrófica em aspectos que só agora estão sendo percebidos. Há mais de 25 anos Jin Eang Ong, professor aposentado de estudos marinhos em Pengang (Malásia), vem observando uma contribuição menos óbvia dos manguezais. Que papel essas florestas poderiam ter em uma mudança climática? Ong e seus colegas estudam o orçamento de carbono dos mangues – o balancete que compara todas as entradas e saídas de carbono no sistema de manguezal.
E constataram que essas florestas são eficientíssimas consumidoras de carbono. Absorvem dióxido de carbono e tiram o carbono de circulação, e assim reduzem a quantidade do gás causador do efeito estufa. “ 
 
Parte da floresta de mangues da APARU do Jequiá é desmatada ilegalmente. Para quem acha que não houve crime ambiental vejam as fotos abaixo.


Obs.: As fotos do desmatamento eu recebi por email.

2 comentários:

  1. As fotos de floração de Avicennia e Laguncularia estão trocadas.Seria interessante corrigir para não haver mal entendidos! :)
    Observem a forma das folhas, flores e principalmente a coloração do pecíolo caracteristico de Laguncularia na foto indicada como Avicennia. Também, exsicatas serem a mesma imagem. Espero te ajudado. :)

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  2. Ajudou muito, obrigada, espero que eu tenha colocado certo dessa vez.

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