sábado, 15 de agosto de 2009

Ativos ambientais terão novo cálculo‏

De maneira inédita no País, uma iniciativa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) deve normatizar o envolvimento de empresas com questões ambientais. Preparada por oito meses pelo Grupo de Estudos de Informações de Natureza Ambiental, uma norma de contabilidade socioambiental foi apresentada no fim de julho, no Rio, durante o 1º Congresso Internacional de Contabilidade Socioambiental. Agora, passa por audiência pública e deve entrar em vigor a partir de 2010.
O documento estabelece diretrizes para uma empresa adaptar sua área contábil. As principais indicações referem-se ao reconhecimento de ativos e passivos ambientais. Sugere a criação de contas para calcular, por exemplo, quanto se gasta com equipamentos que gerenciam impactos ao ambiente, como uma estação de tratamento de efluentes, ou multas e indenizações por dano ambiental.
Uma das pesquisadoras envolvidas no projeto, Maísa Ribeiro defende que investimentos ambientais sejam separados. "Esperamos que sejam criadas
linhas específicas de contabilidade ambiental", diz ela, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP em Ribeirão Preto. "Quando as empresas começam a publicar essas informações, podemos avaliar o nível de responsabilidade ambiental de cada uma.
"Segundo ela, a divulgação de balanços socioambientais pelas empresas é escassa. Mas, no meio acadêmico, o Brasil registra produções sobre o assunto desde o início dos anos 1990.
Como exemplo da forma com que a preocupação ambiental interage com a atividade econômica de uma empresa, Maísa cita o setor sucroalcooleiro. "O bagaço da cana era resíduo há pouco, mas hoje volta na cadeia produtiva para produzir combustível fóssil", diz. "A suinocultura também tem ganhado muitocom créditos de carbono."
Por: Lucas Frasão
Fonte: Manchetes Socioambientais/ Estadao.com.br

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