domingo, 6 de dezembro de 2015

Cadê o Parque Municipal da Serra da Misericórdia?


Em 16 de dezembro de 2010 o Prefeito Eduardo Paes assinou o Decreto 33.280 criando o Parque Municipal Urbano da Serra da Misericórdia, na região da Leopoldina, na Zona Norte do Rio. Em 2012, o projeto recebeu um investimento R$15 milhões, dos quais cerca de R$11 milhões vieram da fundação socioambiental da Caixa Econômica Federal. No entanto, foi descoberto recentemente que o projeto foi abandonado e os fundos devolvidos.

Moradores e grupos ambientais da Zona Norte estão exigindo a resposta da prefeitura, perguntando: “Cadê o Parque Municipal da Serra da Misericórdia?



Para mobilizar a comunidade e atrair visibilidade para a questão, nos dias 1 e 2 de agosto, a ONG Verdejar–um grupo comunitário socioambiental responsável por grande parte do reflorestamento da Serra, que opera no Complexo do Alemão desde 1997–organizou um dia de mutirão para plantio, uma caminhada, e uma tarde de música e atividades educativas. Outras organizações da comunidade colaboraram com o evento, incluindo o Centro de Educação Multicultural (CEM), o Barraco 55, e o Instituto Raízes em Movimento.

Serra da Misericórdia
A Serra da Misericórdia é um maciço rochoso que mede 43,9 quilômetros situado na Zona Norte do Rio de Janeiro. O nome Serra da Misericórdia está ligado a um conto popular sobre a construção da Igreja icônica da Penha.
O desenvolvimento urbano e industrial da região, no entanto, tem tido pouca misericórdia para com a Serra da Misericórdia. O posicionamento único do maciço criou tensões entre a preservação ambiental, a urbanização, o crescimento do Complexo do Alemão e atividades industriais.
Edson Gomes, co-fundador do Verdejar, explica que, devido à sua localização, a Serra da Misericórdia “ganha uma importância socioambiental muito estratégica na cidade porque é a ultima área de Mata Atlântica em toda a Zona Norte da cidade”. Localizado dentro da Área de Planejamento 3 (AP3)–uma designação de planejamento urbano que está contida a Zona Norte, a zona mais populosa do município com mais de 2,5 milhões de habitantes–a Serra da Misericórdia é o último expansivo espaço verde na região, fazendo fronteira com 27 bairros.
Edson continua: “É exatamente onde você tem uma série de direitos violados, inclusive o direito de ter um ambiente saudável, garantido pela constituição e por várias convenções internacionais. Esse direito no Brasil, como é o caso com vários outros, é desrespeitado. E não é por falta de mobilização da sociedade, não é por falta de organização da comunidade… Tem uma série de grupos que incorporaram a luta da Serra da Misericórdia nas suas causas. Esse movimento é um resultado disso, é um produto desse movimento a criação dessas leis. E aí a gente fica imaginando, por que fazer isso? Por que o poder público não chega e quando chega não reconhece o potencial ecológico-social dessa Serra?”.

Legislação e Brechas
2000: Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana
Em 2000, depois da pressão do Verdejar, de colaboradores sociais e de movimentos ambientalistas da região, o Decreto Municipal 19.144 designou a Serra da Misericórdia uma Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU). Em teoria, esta legislação introduziu um amplo quadro de proteções ambientais para a área–incluindo “projetos e ações de recuperação ambiental… preservação e ampliação da biodiversidade” – assim como metas de desenvolvimento urbano, incluindo a promoção da “regularização (fundiária) das favelas existentes”, e o desenvolvimento de “recreação, lazer e ecoturismo” , e a promoção do “desenvolvimento de programas de educação ambiental” a fim de “melhorar a qualidade de vida da população local”.
Um objetivo adicional previsto pela legislação é de “promover a compatibilização entre o aproveitamento do solo e a defesa do meio ambiente, mediante a revisão dos parâmetros de uso e ocupação do solo”. Este objetivo se refere à presença de pedreiras privadas localizadas dentro da Serra da Misericórdia.


A riqueza geológica da área truoxe as empresas de mineração para desenvolverem pedreiras para produção de concreto no início dos anos 40. Atualmente, três empresas continuam a operar na região: o grupo francês Lafarge, a Sociedade Nacional de Engenharia e Construção, e a Anhanguera.
O Verdejar está farto das desculpas da prefeitura–primeiro jurídica, em seguida financeira–por não ter feito valer a proteção ambiental e a implementação de atividades sociais e educacionais na área. Edson especula que a prefeitura “deve estar buscando atender outros interesses que não são os da população. E a gente pergunta, de quem são esses interesses? Por que? Será por que a gente tem dentro da área uma empresa multinacional chamada Lafarge, que é uma parceira da Odebrecht em várias obras na cidade do Rio de Janeiro?”. Considerando o boom da construção no Rio de Janeiro impulsionado pelos Jogos Olímpicos de 2016, o interesse da prefeitura em manter os produtores locais de cimento–reduzindo significativamente os custos de transporte–não é nenhuma surpresa.
A continuidade destas atividades industriais–desinibidas pela designação APARU na qual as pedreiras operam protegidas por licenças ambientais concedidas pelo Instituto Estadual de Ambiente (INEA)–representa um enorme obstáculo para os esforços de preservação ambiental da Serra da Misericórdia.
Embora a designação de APARU rendeu, na prática, pouca proteção ambiental, ter recebido este status foi uma vitória celebrada pelo Verdejar. Edson disse: “Foi o primeiro decreto que veio, não veio garantindo [a proteção], mas foi o primeiro decreto que incluiu a Serra da Misericórdia, categorizando a Serra da Misericórdia como uma área protegida”.

2006: Parque Municipal da Serra da Misericórdia
Em 2006, o prefeito César Maia assinou o Decreto Municipal 27.469, estabelecendo a Serra da Misericórdia como Parque Municipal. Isto significa que a área está definida como parque natural, enfatizando a proteção ambiental, a conservação, a educação, o estabelecimento de áreas dedicadas à visitação pública e pesquisa, o projeto de reflorestamento e de atividades nativas de proteção das espécies, a delimitação dos limites adequados da expansão urbana e o aproveitamento do potencial da área para o estabelecimento do cultivo de energia eólica.
Semelhante à legislação de 2000, este novo decreto ofereceu o potencial para grandes avanços nos esforços ambientais, mas estes efeitos foram limitados. Edson descreve esta legislação como um processo não-participativo–a ideia do parque natural não foi discutido com os movimentos sociais ou moradores da área. A insistência do Verdejar em abrir a discussão para o público sobre os planos era indesejável para as autoridades da prefeitura e do Estado. Edson descreve: “Esse decreto de 2006, nós acreditamos que ele é resultado da [nossa] luta, mas ele surgiu descolado da luta porque foi criado do gabinete do então prefeito César Maia que nunca dialogou com a gente. Historicamente, a Secretaria de Meio Ambiente e todos do município e do Estado não vêem o Verdejar como parceiros, porque a gente é contundente radical com a questão ética da nossa luta”.
O Verdejar têm experimentado relações tensas com as autoridades da prefeitura ao longo dos anos, talvez culminando em 2012, quando a sede da organização foi demolida pela Light. A demolição foi justificada por planos para a construção de uma subestação elétrica, mas estes planos nunca foram implementados.

2010: Parque Municipal Urbano da Serra da Misericórdia, o Parque da Leopoldina
Em 2010, o prefeito Eduardo Paes assinou o Decreto Municipal 33.280, substituindo o decreto de 2006, transformando a Serra da Misericórdia em Parque Municipal Urbano. Sob o pretexto de conservação ambiental e desenvolvimento social, este novo decreto efetivamente despojou a Serra da Misericórdia das proteções ambientais estabelecidos pela legislação de 2006 e colocou a área sob a jurisdição da Fundação Municipal Parques e Jardins.

Edson explica: “A gente está falando do quarto maior maciço da cidade. Têm centenas de nascentes, e subdivide quatro das sub-bacias hidrográficas mais poluídas da Baia de Guanabara. É o último fragmento de Mata Atlântica de toda a Zona Norte do Rio… Então ele tem uma importância ecológica muito grande para ser considerado só um parque urbano”.


Esta parte da legislação surgiu no contexto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), empenhado com investimentos em infraestrutura em todo o país, e no Rio enfatizando infraestrutura em algumas grandes favelas. Complementando os projetos do PAC (incluindo o teleférico do Complexo do Alemão) o renomado arquiteto argentino Jorge Mario Jauregui projetou o plano para o parque urbano municipal e uma série de corredores urbanos-ecológicos para melhorar a integração de espaços verdes na paisagem das favelas urbanas. No entanto, os eco planos de Jauregui foram abandonados: a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP) afirmou que outras intervenções do PAC foram priorizadas.
Na perspectiva do Verdejar, dada a preocupação com a conservação ambiental, a classificação da Serra da Misericórdia como Parque Municipal Urbano sob o decreto de 2010 não é o ideal. Porém, a legislação proposta promete novas oportunidades recreativas e educativas.
No entanto, faltava o financiamento para o projeto. Edson descreve que o Verdejar organizou “uma série de mobilizações até que o Ministério do Meio Ambiente–através do Fundo Socioambiental da Caixa–liberou para a prefeitura R$11 milhões. A prefeitura iria colocar mais R$4 milhões dela exclusivamente para construir o Parque da Serra”.
O projeto, concebido pelo Darsa Arquitetura e lançado como uma iniciativa pioneira do Morar Carioca Verde—um ramo focado na sustentabilidade, do agora desmantelado programa de urbanização de favelas Morar Carioca–planejou a criação de centros de atividades sociais, incluindo seis quadras de esporte, uma ciclovia, trilhas para escaladas, equipamentos recreativos e programas de educação ambiental.
Os recursos para a construção do parque foram garantidos durante a Rio+20 Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012. Edson descreve: “A prefeitura não tinha mais desculpas. Tem a lei, tem o projeto, tem o dinheiro, tem a população organizada, e qual é a desculpe? Não tinha”.
Mas ao invés de iniciar a construção do Parque da Leopoldina, a primeira ação da prefeitura após assegurar o financiamento foi a de remover moradores da Lagoinha–uma área do Complexo do Alemão com necessidades críticas de investimento público em infraestrutura. O Verdejar questionou: “Que parque é esse que em vez de garantir a preservação da Serra da Misericórdia veio para oprimir as pessoas que já estavam oprimidas, que já estavam vulnerabilizadas?”. Em resposta ao processo da tomada de decisão, não transparente, para remover as famílias da Lagoinha, o Verdejar e outros atores da sociedade civil pediram para criar um conselho consultivo de gestão para a APARU Serra da Misericórdia. As autoridades da prefeitura não foram receptivas e não há nenhuma manifestação de um contexto para um diálogo público.
Em uma carta datada 28 de março de 2014, o prefeito Eduardo Paes e o Secretário Municipal de Habitação Pierre Batista escreveram para o superintendente regional da Caixa Tarcisio Luiz Dalvi a afirmação que o Parque Leopoldina não seria construído, justificando a promessa não cumprida, de seis centros recreativos, com a criação de um solitário parque de ciclismo. O parque urbano local foi planejado para ocupar 240 hectares; o parque de ciclismo ocupa um hectare.
Sendo assim, quinze anos depois de ganhar a designação de Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU), nove anos depois da legislação para a criação de um parque ter surgido pela primeira vez, cinco anos após o projeto ter sido concebido e, três anos depois de receber o investimento público para implementar o projeto, o Verdejar quer saber: Cadê o Parque Municipal da Serra da Misericórdia?

Clique aqui para ver e participar da campanha do Verdejar.

Fonte: http://rioonwatch.org.br/?p=16172#prettyPhoto

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

João Lara Mesquita: “Vejo a gente detonar e maltratar a costa”

Por José Truda e Marcio Isensee
João Lara
O velejador e jornalista João Lara Mesquita conta o que viu ao produzir a “Mar sem fim”. Nesta entrevista, ele relembra como conheceu quase virgem a costa que se estende ao longo da distância entre Rio de Janeiro e São Paulo, e como a abertura da estrada Rio-Santos, “a famigerada BR101, em seis meses, detonou a região”. Nos quarenta anos que se passaram, diz, “continuo vendo a gente detonar e ocupar mal a costa, maltratar a costa, acabar com a sua beleza cênica”.
Ele é a favor da ocupação e exploração turística da costa brasileira, mas seguindo limites que preservem a natureza e não destruam os seus ecossistemas. Também reconhece que o problema é mundial, extrapola o Brasil.
Para dar uma contribuição, quis investigar a situação da áreas protegidas marítimas brasileiras. Foi como surgiu a “Mar sem fim”, que após seu término ficará disponível ao público no seu site, inclusive para download.
Sua conclusão é que o estado dos áreas marítimas que visitou é péssimo, pior do que podia imaginar. “Para começar, é uma exceção a [administração de] unidade de conservação marinha que tem barco”, relata.
Clique no link abaixo para assistir ao vídeo completo da entrevista de João Lara Mesquita.
FONTE: http://www.oeco.org.br/reportagens/joao-lara-mesquita-vejo-a-gente-detonar-e-maltratar-a-costa/

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Em nova contagem, cientistas estimam 3 trilhões de árvores no mundo

Por Adam Vaughn*
O mundo tem 3 trilhões de árvores, mas, sem impacto humano, já teve 6 trilhões. Foto: Creative Commons

Os cientistas já calcularam quantos peixes há no mar (230 mil espécies), e quantas espécies existem no planeta (8,7 milhões). Agora, eles progrediram na contagem de todas as árvores do mundo.
Usando uma combinação de medições por satélite e terrestres, os pesquisadores estimaram pouco mais de 3 trilhões de árvores no planeta, mais de sete vezes o número calculado antes, em pesquisa feita sem revisão por pares (outros cientistas), e que se baseou apenas em imagens de satélite.
Mas o impacto humano sobre as florestas do mundo é “esmagador”, de acordo com a equipe internacional de 15 países. As atividades humanas levaram à perda de quase metade das árvores do mundo (45,8%), segundo o estudo.
Hoje, as pessoas são responsáveis ​​pela perda de cerca de 15 bilhões de árvores por ano devido ao desmatamento e demanda de terras para a agricultura, um número que os autores disseram ser "consideravelmente maior" do que há apenas um século.
"A escala do impacto humano [que encontramos] foi astronômica. O número de árvores cortadas é quase 3 trilhões desde o início da civilização", diz Thomas Crowther, da Universidade de Yale, principal autor do estudo, publicado na revista Nature nesta quarta-feira.
"Eu não esperava que a atividade humana aparecesse como a restrição mais forte sobre a densidade de árvores em todos os biomas. Ela foi um dos reguladores dominantes do número de árvores em quase todo o mundo. Realmente, isso destaca quão grande é o impacto dos seres humanos sobre a Terra".
O estudo foi uma demanda de diferentes iniciativas para plantar árvores com intenção de obter uma visão mais clara do número-base de árvores, que permita compreender melhor o impacto de projetos tais como a campanha “Billion Tree”. Para Crowther, o fato de que havia muito mais árvores do que se pensava não diminui o mérito deste tipo de esforço.
"A mensagem é que um bilhão de árvores ainda é uma enorme contribuição", diz Crowther. "Me preocupava que prover esta informação pudesse parar iniciativas e fazer as pessoas entrarem numa de 'ok, plantar um milhão de árvores é inútil’, mas, na verdade, nós obtivemos a resposta oposta. Para ele, esses projetos deveriam passar a pensar em plantar um trilhão de árvores em vez de um bilhão.
As áreas mais densas em árvores foram encontradas nas florestas boreais do norte do Canadá, China e Rússia, embora os autores ressaltem que os dois últimos sejam lugares entre aqueles com a menor quantidade de dados obtidos no terreno. Florestas tropicais e subtropicais detêm a maior parte das árvores do mundo, com cerca de 1,39 trilhão no total, enquanto as regiões temperadas fortemente afetadas pelo homem, tais como a Europa e a Ásia têm apenas 0,61 trilhão.
A estimativa anterior de 400 bilhões de árvores no mundo, ou 61 por pessoa, foi baseada em imagens de satélite e publicada em um livro de 2009, em vez de uma revista científica. O novo estudo combina dados de satélite com mais de 400 mil medições terrestres, de fontes que incluem levantamentos florestais de governo.
Segundo o Dr. Simon Lewis, geógrafo da University College de Londres e da Universidade de Leeds, o novo trabalho é importante, mas não mostrou que havia mais árvores do que se pensava, porque a estimativa anterior não havia sido chancelada por uma revisão de outros cientistas.
"Para mim, esta é a primeira estimativa sólida do número de árvores. É uma peça importante e útil, mas devemos lembrar que o número de árvores não é necessariamente a melhor métrica para medir a saúde de um ecossistema ou a sua importância. Uma plantação grande de árvores iguais não é o mesmo que uma faixa de floresta amazônica".
Para Lewis, o estudo não muda a nossa compreensão do papel que as florestas têm em retardar as alterações climáticas provocadas pelo homem, porque a quantidade de carbono que as árvores do mundo podem armazenar já é bem conhecida. Mas afirma que tais visões globais “ajudam-nos a ver o mundo de uma maneira diferente", e a perda de 45,8% das árvores, desde o período pós-Pleistoceno é "muito impressionante".
A perda bruta de árvores foi estimada em cerca de 15.3 bilhões por ano, mas é provável que a perda líquida esteja mais perto de 10 bilhões por ano, já que crescem algo como 5 bilhões de árvores novas por ano, dizem os autores.
O estudo contou árvores que tinham pelo menos 10 cm de diâmetro, o único padrão utilizado universalmente, ou seja, há provavelmente outros bilhões de árvores menores que não entraram na conta.
 *Esse artigo é publicado em parceria com a Guardian Environment Network, da qual ((o))eco faz parte. A versão original (em inglês) foi publicada no site do Guardian. Tradução de Eduardo Pegurier
Fonte: http://www.oeco.org.br/colunas/the-guardian-environment-network/em-nova-contagem-cientistas-estimam-3-trilhoes-de-arvores-no-mundo/

Metade das mortes de ambientalista no mundo ocorreu no Brasil

Graças às denúncias de Zé Cláudio, pelo menos 10 serrarias de castanheiras foram fechadas. Foto: Felipe Milanez

Era por volta de 7h30 da manhã do dia 24 de maio de 2011, o casal José Claudio Ribeiro, 54 anos, e Maria do Espírito Santo, de 53 anos, foram fuzilados numa emboscada na estrada que dava para o assentamento Praia Alta da Piranheira, em Nova Ipixuna, no Pará. José Cláudio costumava não pegar o mesmo caminho quando ia para cidade, pois sabia que estava marcado para morrer.
Na ocasião, Zé Cláudio teve a orelha cortada e a "prova" retirada pelos pistoleiros foi entregue ao mandante do serviço, que nunca foi julgado. Os pistoleiros foram presos e condenados em 2013. Já José Rodrigues Moreira, acusado de mandar matar o casal de extrativistas, foi absolvido por falta de provas.
O assassinato de José Carlos e Maria do Espírito Santo são dois de uma lista de 448 defensores do meio ambiente assassinadas entre 2002 e 2013 ocorridas apenas no Brasil, de acordo com o relatório da ONG Global Witness, publicado ontem (15). Foram 908 casos documentados pela organização em 35 países.
No mundo, 2012 foi o ano onde mais morreram ativistas ambientais, de acordo com a série histórica dos dados: 148 pessoas foram assassinadas por defender o meio ambiente naquele ano. No Brasil, entre eles, estavam os pescadores Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra, encontrados na Baia de Guanabara entre os dias 24 e 25 de junho, poucos dias depois do encerramento da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal espanhol El Pais, a organização admite que os dados são subestimados, já que só entraram no relatório dados baseados em documentação confiável e na verificação feito por parceiros locais da ONG. O resultado é um universo em que a América e a Ásia (veja infográfico) tiveram os piores resultados e países africanos como a Nigéria, República Democrática do Congo ou Zimbábue, onde há muito conflito por terra, não entraram na lista por ausência de documentação.

A principal conclusão do relatório diz respeito a um aspecto que a sociedade brasileira conhece bem: a impunidade.  Dos casos acompanhados pela organização, apenas 10 foram julgados e condenados.
“Existem poucos sintomas mais determinantes e óbvios da crise ambiental mundial que um dramático aumento no assassinato de cidadãos que defendem os direitos sobre a terra ou o meio ambiente. No entanto, este problema que está se agravando tão rapidamente está acontecendo praticamente desapercebido e, na grande maioria dos casos, os responsáveis estão saindo livres”, afirma Oliver Courtney, porta-voz da Global Witness, à reportagem do El Pais.
Fonte: http://www.oeco.org.br/noticias/28225-metade-das-mortes-de-ambientalista-no-mundo-ocorreu-no-brasil/

“Mitos e Lendas” em exposição no Parque Estadual do Desengano

Parque Estadual do Desengano (RJ) convida todos a visitarem da exposição “Mitos e Lendas”, do fotógrafo Gustavo Pedro. 

Em “Mitos e Lendas” são contadas histórias sobre um Brasil continental e o folclore que percorre o imaginário popular. Através da beleza de imagens da natureza brasileira, de seus fenômenos culturais e crenças, a exposição fotográfica busca revelar uma identidade imaterial do povo brasileiro.


Inicialmente montada no Centro de Visitantes do Jardim Botânico do Rio de Janeiro em 2013, a exposição segue itinerância para o centro de visitantes do Parque Estadual do Desengano – PED, situado em Santa Maria Madalena.
Sobre o Fotógrafo

Gustavo Pedro é carioca, ambientalista, advogado e Leiloeiro Público por profissão. Atual presidente da Associação de Fotógrafos de Natureza-AFNATURA e diretor do Grupo Ação Ecológica-GAE, com publicações nacionais e internacionais em apoio a atividades conexas de fomento ao turismo sustentável, costumes tradicionais, projetos ambientais, bem como preservação de ecossistemas e espécies.
Sobre o Parque
O Parque Estadual do Desengano é a mais antiga unidade de conservação estadual e um dos últimos remanescentes florestais contínuos de expressiva extensão do Norte Fluminense. Abrange os municípios de Santa Maria MadalenaCampos dos Goytacazes e São Fidélis, e seu nome faz alusão ao ponto da unidade, a Pedra do Desengano. O Centro de Visitantes fica localizado na Avenida José Dantas dos Santos, 35 (Horto Florestal) – Santa Maria Madalena – RJ. 
Imagens






Fonte: http://www.wikiparques.org/mitos-e-lendas-em-exposicao-no-parque-estadual-do-desengano/

Uma visão Germânica sobre o Islã

O autor deste texto é o Dr. Emanuel Tanya, um psiquiatra conhecido e muito respeitado.
Um homem, cuja família era da aristocracia alemã antes da II Guerra Mundial, era dono de um grande número de indústrias e propriedades. Quando questionado sobre quantos alemães eram nazistas verdadeiros, a resposta que ele deu pode orientar a nossa atitude em relação ao fanatismo.
"Muito poucas pessoas eram nazistas verdadeiros ", disse ele, "mas muitos apreciavam o retorno do orgulho alemão, e muitos mais estavam ocupados demais para se importar. Eu era um daqueles que só pensava que os nazistas eram um bando de tolos. Assim, a maioria apenas sentou-se e deixou tudo acontecer. Então, antes que soubessemos, pertenciamos a eles, nós tínhamos perdido o controle, e o fim do mundo havia chegado. Minha família perdeu tudo. Eu terminei em um campo de concentração e os aliados destruíram minhas fábricas".
Somos repetidamente informados por "especialistas" e "cabeças falantes" que o Islã é a religião de paz e que a grande maioria dos muçulmanos só quer viver em paz. Embora esta afirmação não qualificada possa ser verdadeira, ela é totalmente irrelevante. É sem sentido, tem a intenção de nos fazer sentir melhor, e destina-se a diminuir de alguma forma, o espectro de fanáticos furiosos em todo o mundo em nome do Islã.
O fato é que os fanáticos governam o Islã neste momento da história. São os fanáticos que marcham. São os fanáticos que travam qualquer uma das 50 guerras de tiro em todo o mundo. São os fanáticos que sistematicamente abatem grupos cristãos ou tribais por toda a África e estão tomando gradualmente todo o continente em uma onda islâmica. São os fanáticos que bombardeiam, degolam, assassinam, ou matam em nome da honra. São os fanáticos que assumem mesquita após mesquita. São os fanáticos que zelosamente espalham o apedrejamento e enforcamento de vítimas de estupro e homossexuais. São os fanáticos que ensinam seus filhos a matarem e a se tornarem homens-bomba.
O fato duro e quantificável é que a maioria pacífica, a "maioria silenciosa", é e está intimidada e alheia. A Rússia comunista foi composta por russos que só queriam viver em paz, mas os comunistas russos foram responsáveis pelo assassinato de cerca de 20 milhões de pessoas. A maioria pacífica era irrelevante. A enorme população da China também foi pacífica, mas comunistas chineses conseguiram matar estonteantes 70 milhões de pessoas.
O indivíduo médio japonês antes da II Guerra Mundial não era um belicista sadista... No entanto, o Japão assassinou e chacinou em seu caminho por todo o Sudeste Asiático em uma orgia de morte, que incluiu o assassinato sistemático de 12 milhões de civis chineses, mortos pela espada, pá, e baioneta. E quem pode esquecer Ruanda, que desabou em carnificina. Não poderia ser dito que a maioria dos ruandeses eram "amante da paz"?
As lições da História são muitas vezes incrivelmente simples e contundentes, ainda que para todos os nossos poderes da razão, muitas vezes falte o mais básico e simples dos pontos: os muçulmanos pacíficos se tornaram irrelevantes pelo seu silêncio. Muçulmanos amantes da paz se tornarão nossos inimigos se não falarem, porque como o meu amigo da Alemanha, vão despertar um dia e descobrir que são propriedade dos fanático, e que o final de seu mundo terá começado.
Amantes da paz alemães, japoneses, chineses, russos, ruandeses, sérvios, afegãos, iraquianos, palestinos, somalis, nigerianos, argelinos, e muitos outros morreram porque a maioria pacífica não falou até que fosse tarde demais.
Agora, orações islâmicas foram introduzidas em Toronto e outras escolas públicas em Ontário, e, sim, em Ottawa também,enquanto a oração do Senhor foi removida (devido a ser tão ofensiva?). A maneira islâmica pode ser pacífica no momento em nosso país, até os fanáticos se mudarem para cá.
Na Austrália, e de fato, em muitos países ao redor do mundo, muitos dos alimentos mais comumente consumidos têm o emblema halal sobre eles. Basta olhar para a parte de trás de algumas das barras de chocolate mais populares, e em outros alimentos em seu supermercado local. Alimentos em aeronaves tem o emblema halal, apenas para apaziguar uma minoria privilegiada, que agora está se expandindo rapidamente dentro das margens da nação.
No Reino Unido, as comunidades muçulmanas se recusam a integrar-se e agora há dezenas de zonas "no-go" dentro de grandes cidades de todo o país em que a força policial não ousa se intrometer. A Lei Sharia prevalece lá, porque a comunidade muçulmana naquelas áreas se recusa a reconhecer a lei britânica.
Quanto a nós que assistimos a tudo se desdobrar, devemos prestar atenção para o único grupo que conta - os fanáticos que ameaçam o nosso modo de vida.


ESTAMOS EM SILÊNCIO.