O aquecimento do planeta ameaça provocar a extinção imediata dos recifes de coral, de acordo com estudo patrocinado pela ONU (Organização das Nações Unidas). Além disso, a falta dos "serviços" proporcionados por este rico ecossistema causaria também um prejuízo de US$ 170 bilhões anuais.
A originalidade do trabalho do economista indiano Pavan Sujdev é a abordagem econômica do problema, ao calcular os prejuízos financeiros para o planeta em decorrência desta extinção.
"Os serviços prestados pelo ecossistema dos recifes de coral, que vão desde a proteção das costas à alimentação dos peixes, têm um valor que chega aos US$ 170 bilhões anuais", afirma Sujdev, encarregado da UE (União Europeia) e do PNUE (Programa da ONU para o Meio Ambiente).
Um hectare de coral produz por ano entre 80 milhões e 1 bilhão de dólares em "oportunidades para o turismo e o lazer", segundo estimativas do estudo. Também é avaliada a proteção dos litorais contra catástrofes naturais como inundações: entre US$ 25 e 34 milhões anuais para cada hectare.
O estudo também tenta calcular o custo da recuperação dos recifes de coral: até US$ 542 mil por hectare. Esta operação, no entanto, recuperaria imediatamente US$ 129 mil por ano nos "serviços prestados". Por isso, conclui o diretor do PNUE, Achim Steiner, que é "amplamente preferível conservar estes ecossistemas do que deixar que se deteriorem para recuperá-los depois".
Valor além do financeiro
Muitos especialistas criticam a iniciativa de avaliar os serviços prestados pela natureza, afirmando ser impossível calcular ao certo quanto valem fora do mercado, enquanto outros condenam o estudo alegando que este tipo de abordagem banaliza o patrimônio natural.
De todo modo, o relatório destaca que, considerando o atual estado em que se encontram os corais, as opções deveriam ser feitas com uma base ética, e não apenas levando em conta uma análise de custo/benefício.
As taxas de CO2 na atmosfera, que atualmente chegam a 387 ppm (partes por milhão), deve ser inferior a 350 ppm para salvar os corais.
O relatório é destinado aos líderes políticos que se reunirão dentro de três meses em Copenhague para decidir sobre o acordo que substituirá o protocolo de Kyoto.
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