A interferência da cobertura florestal no ciclo hidrológico de uma bacia hidrográfica é indiscutível, a vegetação interfere no movimento das águas em todos os espaços do sistema. No abastecimento do lençol freático, na rapidez e volume de chegada da água aos rios e também na quantidade que retorna para a atmosfera.
Através da precipitação das águas da chuva, que ao atingir o solo, parte infiltra-se e promove a recarga das reservas freáticas e re-hidrata o solo, e a outra parte escoa para os rios, lagos e oceanos. A água que é acumulada pelo efeito da infiltração e que em parte retorna à superfície, como nascentes, parte dela é devolvida à atmosfera por meio da evapotranspiração[1] das árvores. A vegetação acelerara o processo de evaporação, através da transpiração das suas folhas, repondo o vapor d’água na atmosfera; contribui para o equilíbrio do clima e da própria atmosfera e, previne os fenômenos da erosão provocados pela ação mecânica da água sobre o solo.
A primeira influência da vegetação nesse sistema acontece quando a água da chuva é interceptada pelas copas das árvores, esse é também o primeiro fracionamento da água, em que parte dela fica temporariamente retida pela massa vegetal e é evaporada para a atmosfera, esse processo é chamado de interceptação. Uma outra parte chega ao solo pelo gotejamento ou pela precipitação interna ou ainda pelo fluxo que escoa pelo tronco das árvores.
Estudos da região amazônica comprovam que a mesma quantidade de água que evapora de suas árvores e que é transportada do Norte para outras regiões do Brasil por ano é igual à vazão do Rio Amazonas e, para se ter uma idéia da grande da importância da floresta para o balanço hídrico, uma única árvore da Floresta Amazônica é capaz de transpirar 300 litros de água por dia.
O engenheiro e ambientalista Gérard Moss, líder da Expedição Rios Voadores[2] disse querer “comprovar que o desmatamento da floresta poderá reduzir o transporte de vapor d'água da Amazônia para o Sul e o Sudeste do Brasil. Vamos tentar identificar e quantificar esse fenômeno.”
[1] Evaporação + transpiração
[2] O termo “Rios Voadores” foi primeiro utilizado pelo Dr. Jose A. Marengo do CPTEC-INPE para caracterizar os jatos de vapor de água de baixos níveis ao leste dos Andes que se deslocam da Amazônia até o Norte da Argentina e está sendo usado neste projeto por Gèrard Moss com um sentido mais amplo, que inclui todos os fluxos de vapor d'água que saem daquela região e se dirigem especialmente para o Sul.
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