Para compreendermos melhor este princípio, podemos analisar a palavra esho funi da seguinte maneira:
Esho é a combinação das primeiras sílabas de e-ho e sho-ho. Sho-ho se refere ao sujeito, isto é, o ser dotado de vida, como por exemplo nós, seres humanos. E-ho se refere ao objeto que sustenta e possibilita a expressão da vida, isto é, o ambiente do ser vivo.
Funi significa dois fenômenos independentes, mas inseparáveis.
Assim, pelo seu próprio significado literal, o termo esho funi significa que a pessoa e seu ambiente são dois fenômenos independentes, porém unos em sua existência fundamental. Em outras palavras, a pessoa e seu ambiente formam uma vida única e completa, sendo que nenhuma pode existir separada da outra.
Na escritura “Os Presságios”, Nitiren Daishonin apresenta uma analogia que ilustra este conceito: “As dez direções são ‘ambiente’ (e-ho), e os seres sensíveis são ‘vida’ (sho-ho). O ambiente é como a sombra, e a vida, o corpo. Sem o corpo não pode haver sombra. Analogamente, sem a vida, o ambiente não pode existir, embora a vida seja sustentada pelo seu ambiente.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 4, pág. 186.)
Assim, seguindo este raciocínio, não pode haver vida sem um ambiente no qual ela possa se manifestar, assim como não é possível existir um ambiente sem vida nele. Por outro lado, com o exemplo do corpo e da sombra, Daishonin nos mostra a maneira correta de considerarmos as diversas circunstâncias que nos cerca no dia-a-dia, especialmente quando se quer transformá-las. É importante conscientizarmo-nos de que a mudança das condições que nos rodeiam passa obrigatoriamente pela nossa própria transformação. Conforme o exemplo citado por Daishonin, querer transformar o ambiente sem a mudança de si próprio é tão absurdo quanto à tentativa de endireitar uma sombra sem mexer o corpo.
Enfim, podemos compreender o fato inegável de que a pessoa e seu ambiente são inseparáveis. Contudo, o princípio de esho funi não se restringe apenas a uma simples explicação da relação inseparável entre os dois, mas vai muito além, elucidando de que forma a vida se manifesta no ambiente, dando suas características peculiares
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