segunda-feira, 15 de setembro de 2014

16 de setembro, dia internacional de Proteção à Camada de Ozônio

Camada de Ozônio
Por: Teresinha Victorino
 
Ao redor da Terra, há uma frágil camada do gás ozônio (O3), ele protege animais, plantas e seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Entretando, na superfície do planeta, esse gás agrava a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, na estratosfera (entre 25 e 30 km acima da superfície), ele é um filtro a favor da vida. Pode ser também encontrado em menor quantidade na troposfera (cerca de 10 km acima da superfície). Na sua ausência, os raios ultravioleta podem acabar com todas as formas de vida na Terra.
 
A camada de ozônio é essencial para a manutenção da vida na Terra, pois ela absorve até 99% da radiação ultravioleta (UV) emitida pelo sol. Essa radiação possui um alto poder de penetração na pele e é responsável tanto pelo bronzeamento como pelo dano ao DNA, provocando mutações genéticas. A proteção da camada de ozônio diminui os riscos do surgimento do câncer de pele, da catarata e de alergias, provocados pela incidência dos raios UV que também afetam o sistema imunológico.
 
A radiação UV divide-se em três faixas de energia: UVA (320 nm a 400 nm), UVB (290nm a 320 nm) e UVC (200 nm a 290 nm). A mais danosa e energética delas é a UVC, que é filtrada pela camada de ozônio impedindo que atinja a superfície do planeta.
 
A camada de ozônio é um escudo protetor e eficiente dessa radiação nociva a muitas formas de vida, como os plânctons, que são os responsáveis pela produção de grande parte do nosso oxigênio. A quantidade de ozônio na estratosfera é inconstante mas proporcional à intensidade da radiação UV.

 
 
A formação das suas moléculas ocorre por meio da decomposição das moléculas do gás oxigênio (O2(g)), formando oxigênio livre que reage, em uma segunda etapa, com o gás oxigênio. Formando um equilíbrio químico na camada de ozônio.
Entretanto, infelizmente, o ser humano vem lançando ao longo do tempo alguns compostos poluentes que provocam um desequilíbrio na decomposição do ozônio, diminuindo a sua concentração na estratosfera e deixando o planeta mais desprotegido.
Essa diminuição do ozônio na estratosfera é um dos grandes problemas da atualidade. O fenômeno é conhecido como “buraco na camada de ozônio”, não é um buraco, mas sim, uma diminuição na espessura dessa camada, que tem se tornado mais fina a ponto de permitir a incidência dos raios ultravioleta na superfície da Terra. Em determinada época do ano, a camada se torna ainda fina, mas logo depois volta a sua forma original.
Em 1977, foi detectado, pela primeira vez por cientistas britânicos, a existência de um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida. Desde então, diversos registros comprovam que a camada tem se tornado mais fina em várias partes do planeta, principalmente sobre o Pólo Sul e, atualmente sobre o Pólo Norte.
 
Atividades humanas têm agravado esse processo. Diversas substâncias químicas danosas têm sido sintetizadas pelo ser humano e aplicadas em diversos fins. São utilizadas na refrigeração doméstica, comercial, industrial e automotiva, na produção de espumas, na agricultura, em laboratórios e também como matéria-prima de vários processos industriais. Tais substâncias contribuem também para o aquecimento global, conhecido como efeito estufa, o que pode levar a vários resultados catastróficos, como o descongelamento de geleiras polares e aumentando o nível das águas nos oceanos.
 
A lista de gases nocivos à camada de ozônio inclui os óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos exaustores dos veículos e o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Todavia o mais destrutivo é o gás CFC (Clorofluorcarboneto, composto formado por átomos de carbono, flúor e cloro) que quando lançado na atmosfera causa uma reação química que, ao atingir a estratosfera, a radiação solar decompõe suas moléculas, liberando cloro. O cloro, por sua vez, reage com o ozônio diminuindo a sua concentração, transformando-o em em oxigênio (O2). Porém o oxigênio não é capaz de proteger o planeta dos raios ultravioleta. Uma única molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio. O gás CFC tem capacidade de sobrevivência que varia entre 50 e 100 anos, foi inventado nos anos 1920 e utilizados amplamente em aerossóis e em refrigeradores.
 
 
Visando evitar esse desastre, em 1987, 47 países assinaram um documento chamado Protocolo de Montreal, que passou a vigorar em 1989. Esse Protocolo tem por objetivo reduzir a emissão de substâncias nocivas à camada de ozônio. Resultados positivos têm surgido desde que vários países pararam de fabricar o CFC, havendo uma diminuição em cerca de 80% no consumo mundial. Entretanto, essa medida não é suficiente para proteger a camada de ozônio. Pois, os últimos estudos apontam que novos gases que não foram detectados antes também contribuem para a deterioração da camada de ozônio.
 
Esse ano, cientistas britânicos identificaram mais quatro novos gases nocivos à camada de ozônio, entretanto desconhecem sua origem. Os especialistas trabalharam várias análises do ar, algumas capturadas nos anos de 1970 e em borbulhas de ar apanhadas em diferentes camadas na neve da Groelândia, quando descobriram novas substâncias, cujos acúmulo é motivo de preocupações, já que essas substâncias podem ser liberadas por fábricas e utilizadas de maneira ilegal e não se sabe de onde estão saindo, o que deveria ser investigado. Entre as supostas fontes de emissão, estão químicos para a produção de inseticidas e solventes para a limpeza de componentes eletrônicos.
 
Segundo o especialista britânico, Piers Forster, da Universidade inglesa de Leeds, esta pesquisa comprova "as concentrações achadas neste estudo são muito pequenas. No entanto, o artigo nos lembra que precisamos permanecer atentos e vigiar continuamente a atmosfera.
 
 
Fontes:
 



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Temiminós, índios do grupo Tupi

Temiminós, índios do Grupo Tupi
 
Por: Teresinha Victorino

Os Temiminós eram os índios do grupo Tupi, que pela posição que ocupava no litoral, foi o que mais contato teve com os portugueses e o que mais se integrou à população.
Os índios tupis tinham como característica principal o pensamento no grupo. Não tinham riquezas pessoais. Os bens eram de uso comum entre todos da tribo. O individualismo não fazia sentido para eles, pois só reconheciam como posse suas armas e enfeites, o restante era de toda a tribo.
O resultado da caça, colheita e pesca era partilhado com todos da comunidade. A agricultura da tribo estava no plantio de mandioca, abóbora, amendoim, feijão, pimenta, tabaco, árvores frutíferas e algodão, que servia de matéria prima para a produção de suas redes.
Muito alegres e apaixonados por música e dança, os índios eram capazes de prever as chuvas e grandes marés. Os males do corpo eram curados com as plantas da mata, pois conheciam as propriedades medicinais das ervas. Os índios andavam nus e não tinham vergonha do corpo.
As mulheres cuidavam das crianças, preparavam a comida, faziam potes e cestos e cuidavam da lavoura. Os homens dedicavam-se à guerra, caça, pesca, construíam canoas e cabanas e limpavam a mata para a lavoura.

Índios Temiminós na Ilha de Paranapuã

Índios Temiminós na Ilha de Paranapuã
 
Por Teresinha Victorino
 
Família de Tamoios, os inimigos dos Temiminós
 
Arariboia, Cobra Feroz da Tempestade
(Martim Afonso de Souza)
 
Os primeiros habitantes da Ilha de Paranapuã, hoje Ilha do Governador, eram os índios Temiminós, que viviam na Aldeia de Maracajaguaçu. Eles eram minoria mas tinham a vantagem de estarem no meio da baía de Guanabara, podendo assim repelir os ataques dos índios inimigos, os Tamoios. A tribo Tamoio, com 70 mil índios, ocupava desde o Rio de Janeiro até a região onde hoje é a cidade de Bertioga (SP), era muito superior em número de índios em relação aos Temiminós que contavam com apenas 8 mil índios.
O cacique da tribo Temiminó era o Maracajaguacu, (Grande Gato Bravo), nascido em 1501 na Ilha de Paranapuã, com 20 anos de idade já era um dos principais líderes de sua tribo devido à sua bravura.
Em 1555, aos 54 anos, mudou-se com sua tribo para a cidade da Serra no Espírito Santo, quando então se converteu ao catolicismo e passou a chama-se Vasco Fernandes. Pai do guerreiro Arariboia (Cobra Feroz da Tempestade), que também se converteu ao catolicismo, passando então a ser chamado de Martim Afonso de Souza. Arariboia morreu em 1583 de morte natural, anos depois de ajudar os portugueses a expulsar os franceses do Rio de Janeiro.

Gato Maracajá

Gato Maracajá
Por: Teresinha Victorino
 
O maracajá é um felino, o Felis Pardalis, era muito comum na Ilha do Governador na ocasião de seu descobrimento (1502). É um gato de cor amarelo claro, com manchas pouco regulares em formato de roseta ou anel, mede o triplo do tamanho do gato doméstico e é muito bravo.
Jaraguai e Maraguai na Língua Tupi, são variações das palavras Maracaia  ou Maracajá, que significa Gato do Mato; Gato Bravo do Mato, ou simplesmente Gato.E, a palavra Guaçu, de origem indígena, é um adjetivo Tupi-guarani, de dois gêneros, encontrado na composição de vários nomes brasileiros, com o sentido de Grande.
Maracayaguaçu, Maracaiaguaçu ou Maracajaguaçu significam a mesma coisa: Grande Gato Bravo ou Gato Bravo Grande.

Ilha de Paranapuã

Ilha de Paranapuã (Ilha do Governador)

Por: Teresinha Victorino

(Durval 1555)

Em 1502, ao entrarem na Baía de Guanabara, os portugueses D.Nuno Maciel e André Gonçalves encontraram uma extensa ilha rica em fontes d’água, com extensas florestas e com abundância de pau-brasil. Motivo pelo qual fez dela um área de extrema importância na extração do corante indispensável na Europa do século XVI.

A ilha do Governador, era chamada de Ilha de Paranapuã e suas variações (Pernapuã, Parnapocu, Paranapecu, Pernapoquu) pelos índios Temiminós, seus habitantes na época da chegada dos portugueses, cujo significado era “o que se ergue no seio da baía” ou então “furo do rio grande”; de Ilha dos Maracajás pelos índios Tamoios, inimigos dos Temiminós; e de Ilha dos Gatos pelos portugueses.

A ilha oferecia aos seus primeiros habitantes uma alimentação farta, composta por peixes, acrescida pela caça de pequenos animais, aves, frutas e tubérculos da própria mata. O espaço insular de 32km² oferecia aos índios além da caça e da pesca, o barro cerâmico.
Com suas águas cristalinas e rica em peixes, e suas terras férteis e muito extensa, a ilha era cobiçada pela tribo dos Tamoios, pois encontravam nela tudo que precisavam para sobreviver. Esses índios promoviam incursões até a ilha atacando os Temiminós, com o objetivo de expulsá-los da região. Sua posição, no meio da Baía de Guanabara, era de extrema importância. Sua localização estratégica proporcionava uma ampla visão de toda a baía, podendo avistar a aproximação de navios inimigos, o que era fundamental nas guerras e na defesa de ataques inimigos.