sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Budismo: filosofia de vida


Como toda religião oriental, o budismo desperta a curiosidade dos ocidentais, sobretudo entre aqueles que se identificam com a espiritualidade cultivada pelos povos asiáticos. No Brasil, onde a presença da colonização nipônica é muito forte, vários imigrantes levaram consigo os preceitos das religiões praticadas no seu país de origem, sobretudo o budismo e o xintoísmo. Muitos japoneses que foram para o Brasil, no entanto, já eram praticantes do cristianismo.

Assim como no protestantismo, o budismo subdivide-se em facções.

Talvez o mais conhecido pelos leigos seja o zen-budismo – que pratica essencialmente a meditação, isto é, a pessoa isola-se mentalmente, medita e depois retorna à sua vida rotineira. Muitos filósofos e religiosos discordam desta atitude passiva diante da realidade do mundo.

Como surgiu o budismo - Aliás, a própria essência do budismo prega o contrário. O budismo é a denominação dada aos ensinamentos de Buda, ser que representa a pessoa que despertou para o aspecto real da vida e do universo. Literalmente, Buda significa iluminado.

O primeiro Buda da história é Sidarta Gautama, príncipe do clã Sakya, na antiga Índia, filho do rei Sidodana e da rainha Maya, que acredita-se tenha vivido entre os séculos IV e V a.C. Muito inteligente e sensível, Sidarta começou a sofrer de uma grande angústia espiritual na juventude. Chegou à conclusão de que todas as pessoas, incluindo ele, estavam irremediavelmente condenadas aos quatro sofrimentos da vida: nascimento, velhice, doença e morte. Questionava sempre a razão pela qual as pessoas passavam por esses quatro sofrimentos. Assim, partiu de sua terra deixando sua esposa, seu filho e toda sua riqueza em busca da resposta.

Após muita procura e profunda meditação, Sidarta percebeu que o universo e os seres humanos passam a cada instante pelo ciclo de nascimento e morte, ou seja, nascem, crescem, envelhecem e morrem, para depois renascerem. Com isto, alcançou o domínio sobre a natureza mística da vida, convencendo-se de que poderia desenvolver sua condição de vida ilimitadamente. Depois da iluminação para a verdade da vida, passou a ser chamado de Sakyamuni, o sábio dos Sakya. Sakya, de Sakyamuni, é o nome herdado de seu clã e muni designa “aquele que despertou”.

O budismo de Nitiren Daishonin – Sakyamuni expôs seus ensinamentos por meio de parábolas por vários anos. Entretanto, naquela época as pessoas não estavam preparadas para compreender o profundo significado de suas palavras, o que somente veio a ocorrer com o Buda Nitiren Daishonin, que viveu entre 1222 e 1282 no Japão.

Em 1233, entrou para o sacerdócio no templo Seityo e começou a estudar o budismo. Na infância, recebeu o nome de Zennimitaro, mas após entrar para o sacerdócio mudou o nome para Yakuo Maro e depois para Rentyo. Em Quioto, centro do budismo, estudou exaustivamente os sutras (ensinamentos) de Sakyamuni e concluiu que o Sutra de Lótus é seu supremo ensinamento. Após dez anos de estudo, Rentyo recitou pela primeira vez o Nam-myoho-rengue-kyo, expôs seu ensino e adotou o nome de Nitiren (Niti significa “sol”, ren, “Lótus”)

Sakyamuni profetizou no Sutra de Lótus que, após o declínio de seu budismo, surgiria o verdadeiro budismo. De acordo com a profecia do Sutra de Lótus, o verdadeiro budismo foi estabelecido por outro iluminado, neste caso por Nitiren Daishonin, autor de Dai-Gohonzon, que contém integralmente sua iluminação, destinando-o como objeto de devoção para todos os povos.

O budismo de Nitiren Daishonin, segundo seus seguidores, traz a salvação para toda a humanidade, igualando todas as pessoas numa mesma categoria: elas têm as condições de atingirem a suprema felicidade, ou seja, o estado de Buda, na forma e no ambiente em que vivem. Esse budismo nega a necessidade de auto-sacrifício ou de isolamento para a meditação, e possibilita às pessoas tornarem-se felizes em meio à realidade diária.

Embasado na lei de causa e efeito, o verdadeiro budismo prega que as pessoas devem buscar a reforma interior, elevando sua condição interna de vida. Ensina também que existe uma relação de interdependência entre todos os seres do universo e que a razão de seus sofrimentos reside em suas próprias ações. Tudo segue um ciclo de nascimento e morte pelas três existências da vida – passado, presente e futuro. O momento presente é considerado a base para analisarmos as causas passadas e definir o futuro.

O budismo de Nitiren Daishonin mostra que as circunstâncias da vida são decorrentes de causas que a própria pessoa fez nesta e em outras existências, e seu efeito somente será amenizado ou transformado por meio da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. Esse conceito nos proporciona um claro entendimento do porquê das diferenças entre as pessoas desde o nascimento.

O budismo proclama que cada pessoa é responsável pelo seu próprio destino e, ao mesmo tempo, possui condições de mudá-lo para melhor. Isso significa que uma pessoa não deve resignar-se a seu destino: ao perceber o próprio ponto fraco, deve procurar a transformação.

Para propagar os ensinamentos de Nitiren Daishonin, foi fundada em 1930 a Soka Gakkai (Sociedade de Criação de Valores) pelo educador Tsunessaburo Makiguti, que teve como sucessor Jossei Toda. Em 1975, foi fundada a Soka Gakkai Internacional por Daisaku Ikeda, terceiro e atual presidente da entidade.

A religião calca-se em três pilares básicos: fé, prática e estudo. Portanto, diariamente, o budista precisa recitar o Gongyo da manhã e o Gongyo da noite, que são orações destinada a nutrir as forças protetoras do universo. O budismo não acredita num ser supremo como a figura de Deus, Alá ou Jeová, presentes no cristianismo, judaísmo e islamismo. Os budistas crêem na energia e estão certos de que ela toma várias formas de vida.

Por Antonio Tozzi - AcheiUSA Newspaper

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Você está pensando em comprar um papagaio?


Então considere estes fatos:
Papagaios cativos são animais carentes, estressados e frustrados:

A inteligência* dos papagaios é uma das razões que os fazem tão queridos por nós humanos. Por outro lado, é também a sua inteligência que os tornam muito sensíveis ao cativeiro. Papagaios engaiolados não podem expressar dois comportamentos profundamente enraizados no seu instinto: voar e socializar com indivíduos da mesma espécie. Na natureza, papagaios geralmente vivem em pares ou grupos, voando longas distâncias todos os dias para procurar alimento e congregando em grandes bandos para passar a noite. A falta destes estímulos sociais e ambientais levam a desvios de comportamento, tais como agressão (ver adiante) e ações estereotipadas locomotoras (fazer movimentos repetitivos sem sentido, tais como mover a cabeça de um lado para o outro ou caminhar em círculos) e orais (arrancar as próprias penas ou morder as grades da gaiola). Embora tendo causas diferentes, estes comportamentos assemelham-se ao autismo humano. A propósito, criadores argumentam que seus papagaios foram selecionados para a vida em cativeiro. Isto não é verdade. Enquanto que cães e gatos acompanharam o ser humano desde épocas remotas da civilização, evoluindo como animais domésticos, papagaios de criadouros não estão distantes mais que uma ou duas gerações de seus antepassados silvestres, retendo quase todas as características de instinto e comportamento dos indivíduos silvestres.

*"Inteligência" é um assunto polêmico, sujeito a diferentes definições e interpretações, mas pesquisadores abordam o problema dividindo-a em componentes, as chamadas habilidades cognitivas: capacidade de compreender, aprender, fazer inferências, tomar decisões, generalizar, e assim por diante. Seja qual for a habilidade cognitiva considerada, os papagaios estão no topo da pirâmide do reino animal, junto com os primatas, golfinhos, e mesmo bebês da nossa própria espécie.

Papagaios em cativeiro são sujeitos a doenças e lesões. Como as necessidades nutricionais dos psitacídeos (papagaios, araras e periquitos) são pouco conhecidas, mesmo donos cuidadosos raramente alimentam seus papagaios adequadamente. Tanto assim que a desnutrição ou distúrbios clínicos relacionados à alimentação são as principais causas de atendimentos de papagaios no ambulatório de aves do hospital veterinário da USP. A desnutrição também aumenta a suscetibilidade a outras doenças sérias como a aspergilose e pneumonia. Mais ainda, os desvios de comportamento causados por confinamento e isolamento podem ser tão intensos que causam traumas físicos, fato frequentemente demonstrado em autópsias de aves cativas.

Papagaios são irriquietos, barulhentos e fazem sujeira. Além de estar ciente das dificuldades e custos para alimentar e manter corretamente um papagaio, seu dono tem que estar preparado para tolerar muita sujeira - inevitável para uma ave de porte razoável - e ruído. Desgosto e irritação devido a contínua algazzarra e a presença de penas, restos de comida e cocô espalhados pela casa são as razões principais para a doação ou venda particular de papagaios. Com o aumento do comércio legal destas aves, pode-se esperar que muitas terão destino semelhante ao de milhares de gatos e cães - enjeitados por equívoco dos donos, que não previram os encargos e aborrecimentos causados por animais de estimação. E a dor de cabeça provocada por papagaios é duradoura: eles podem viver de 30 a 80 anos em cativeiro.

Papagaios são agressivos. Pessoas que vivem com um papagaio, mesmo que pacato e brincalhão, podem contar como certo que cedo ou tarde serão vítimas de bicadas dolorosas e de vandalismo; morder e mastigar objetos fazem parte do instinto de todos os psitacídeos como meio de estabelecer sua posição na hierarquia do grupo e defender território, além de reação de medo ou tensão sexual. Papagaios também mordem para brincar, mesmo que o alvo da sua afeição possa ser ferido seriamente.

Comprar um papagaio, mesmo legalmente, promove o tráfico de animais silvestres. Ter um animal exótico e fascinante como um papagaio incentiva outras pessoas a querer um também, mas o custo de uma ave criada legalmente é muito maior do que no mercado negro. Como a repressão ao tráfico é ineficiente e as penalidades para este tipo de infração são irrizórias, as pessoas são tentadas a comprar um papagaio contrabandeado da floresta ao invés de adquiri-lo na loja de animais. De fato, estudos demonstram que há uma correlação positiva entre o comércio legal de papagaios e o seu tráfico. Isto é muito preocupante porque o contrabando continua a ser a principal causa de risco para as espécies de psitacídeos ameaçadas de extinção. Fiscalização e punições praticamente inexistentes também criam vastas oportunidades para fraudes, já que e fácil falsificar os requerimentos de um animal obtido legalmente; os próprios órgãos de proteção ambiental reconhecem isto. A propósito, muitos criadouros comerciais difundem seu suposto papel conservacionista: na verdade este comércio não contribui em praticamente nada para a proteção de papagaios, como reiterado seguidamente por organizações oficiais e não governamentais.

Em suma, você e seu papagaio não serão felizes - mas pode-se afirmar isto para uma ave? "Felicidade animal" é ainda mais difícil de definir e quantificar do que inteligência, mas existem critérios razoáveis para pelo menos avaliá-la subjetivamente. A declaração universal do bem-estar animal, proposta à ONU por várias organizações, estabelece o direito de animais domésticos a cinco aspectos de liberdade: liberdade da fome, sede e desnutrição; liberdade do medo e ansiedade; liberdade de tormentos físicos e térmicos; liberdade da dor, ferimentos e doença; liberdade para expressar seus padrões normais de comportamento. Se considerarmos estes princípios válidos, justos e humanitários, não poderíamos nunca considerar ter um papagaio como animal de estimação, já que o cativeiro impossibilita pelo menos quatro destes preceitos.

Lugar de papagaio é na floresta; curta-os na natureza.

fonte: ornitobr@yahoogrupo s.com.br

Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade

Jaraguá do Sul - SC

http://www.ra- bugio.org. br/

Acompanhe nosso trabalho de Educação Ambiental nas escolas para salvar a MATA ATLÂNTICA

http://ra-bugio. blogspot. com/

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Outros Muros


Por Cristovam Buarque

Esta semana, o mundo comemorou o 20º aniversário da derrubada do Muro de Berlim, símbolo da divisão entre países. Além de comemorar, devemos lembrar que construímos três outros muros.

O primeiro separa os pobres dos ricos, não importa o país em que vivam. Como um muro ou uma Cortina de Ouro que serpenteia pelo planeta, cortando cada país em duas partes.

De um lado, aqueles com recursos para estudar até o doutorado; de outro lado, os que não saem do analfabetismo ou, no máximo, chegam à 4ª série. Alguns têm acesso à saúde, outros são abandonados à doença e morte. Uns têm um sistema de saúde que lhes permite a esperança de chegar aos 80 anos; para os outros, a esperança de vida é de 39 anos apenas. De um lado da Cortina de Ouro, a renda per capita é de US$20 mil por ano, do outro lado, de US$500 por ano.

Esse é um muro tão brutal quanto o muro que separava a Alemanha em duas. Mas uma brutalidade que esquecemos, como se a derrubada do Muro de Berlim tivesse sido suficiente para construirmos um mundo sem muros. Mas esse não é o único muro que criamos. Ao contrário, temos diversos muros para manter a separação entre um lado e outro da sociedade.

O segundo muro separa a atual geração das futuras gerações. É o muro que decorre da destruição ecológica. Até aqui, as gerações seguintes tinham certeza de uma vida melhor que a de seus pais. Este não é mais o caso, porque o muro da ecologia separa os que hoje têm acesso a uma agricultura que produz mais do que o necessário para alimentar todas as pessoas da atualidade daqueles que, num futuro breve, terão uma agricultura desarticulada, incapaz de alimentar a população; daqueles que viverão o risco da elevação do nível do mar invadindo o litoral e inundando as casas. Que nos separa de nossos filhos e netos. Esse muro separa as gerações fazendo com que possamos usufruir de uma diversidade biológica a que os próximos seres humanos não terão direito, porque desaparecerá por causa do aquecimento global.

O mundo que há 20 anos tinha uma Cortina de Ferro e um Muro de Berlim, hoje, tem uma Cortina de Ouro separando pobres e ricos, e outra separando a geração atual das gerações futuras. É a civilização dos muros nas fronteiras entre países, muros dos condomínios fechados e dos shoppings centers, dos hospitais de qualidade, das boas escolas.

Uma terceira cortina faz com que, de um lado, estejam aqueles que se acostumaram à vida no mundo digital, que convivem com os chips, e do outro estão aqueles que têm apenas as mãos, sem conhecimento necessário para lidar com as tecnologias do tempo atual.

Hoje o mundo está mais dividido do que estava há 20 anos, quando o Muro de Berlim ainda estava de pé.

Precisamos dar um salto para irmos além do que foi feito 20 anos atrás, e derrubarmos os muros que continuam impedindo a humanidade de viver a decência da mesma oportunidade entre as classes sociais atuais e as gerações futuras.

Antes, o debate era para saber como um lado derrubaria o muro destruindo o sistema social e econômico que estava do outro lado, espalhando o do vencedor. Agora, o desafio é como construir um mundo sem muros. O Brasil tem todos esses muros, mas tem os recursos necessários para construir um país sem muros.

Alguns países não têm necessidade de derrubar os muros, outros não têm condições de derrubá-los. O Brasil tem a necessidade e as condições. Além disso, temos uma massa crítica de intelectuais e políticos capazes de entender esse problema, e liderarem as mudanças necessárias.

Fonte: Artigo publicado no Jornal do Commercio de sexta-feira, 13 de novembro de 2009.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

"Praga branca" está destruindo recifes de corais de Abrolhos‏

Habitat em Perigo

Pesquisadores têm constatado um grave e eminente dano ambiental num dos maiores santuários de recifes de corais do litoral brasileiro. O mal denominado “praga branca” está destruindo aos poucos os recifes do Banco de Abrolhos. Localizado no sul da Bahia, Abrolhos é um complexo marinho que abrange 42 mil quilômetros quadrados e é habitat de inúmeras espécies,considerado essencial para o equilíbrio do ecossistema na região. Os fatores que desencadeariam a “praga branca” seriam a elevação da temperatura global e a poluição no oceano.

A doença, provocada por bactérias, ataca os corais-cérebros, espécie que é a principal responsável pela estrutura rígida dos recifes. De acordo com o estudo desenvolvido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), existe a possibilidade de que todos os recifes da região sejam atingidos de forma irreparável até 2050.

O biólogo da UEPB e coordenador da pesquisa, Ronaldo Francini Filho, divulgou que o percentual atingido pela doença até o momento já chega a 10%, podendo ser ainda maior no próximo verão.

Fontes:
http://www.bahiadiadia.com.br/news.php?item.1419.4
http://www.anda.jor.br/?p=32357

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O uso do óleo de cozinha, por Germano Woehl Junior*


Por que esta preocupação com óleo de cozinha usado, que é 100% biodegradável? Porque dá dinheiro e tem gente oportunista se aproveitando da falta de informação das pessoas para obter matéria-prima de graça. Será mesmo que eles estão preocupados com o meio ambiente?

Por que não se preocupam com o óleo que vaza dos motores dos carros e caminhões? Reparem nas vagas de estacionamento quanto óleo vaza do cárter dos veículos. E quanto aos lubrificantes que são descartados no ambiente de qualquer jeito? E os resíduos de óleo (filtros, peças quebradas e estopas encharcadas de óleo) das oficinas mecânicas desovadas em áreas preservadas? Estes resíduos é que poluem para sempre, já que não são biodegradáveis e afetam gravemente a saúde das pessoas e são cancerígenos.

O óleo de cozinha é um resíduo totalmente biodegradável e se fosse tão terrível assim não poderia ser usado como alimento. O volume que é lançado no esgoto não chega a ser mais do que um litro por 100 mil litros de esgoto. A própria água é um bom solvente de óleos vegetais. Por isso, nunca ninguém viu um filme de óleo de cozinha na estação de tratamento de esgoto, muito menos nos rios. O impacto de pasta de dente, sabão, xampu, detergentes, produtos de limpeza em geral, resíduos de remédios, hormônios dos humanos é muito maior.

Para as pessoas, apenas um litro de óleo de cozinha usado não vale nada. Mas para quem consegue juntar centenas de litros sem ter custos vale bom dinheiro. Então, tudo o que precisam para conseguir matéria-prima de graça (e faturar) é de uma boa propaganda enganosa de que as pessoas ajudam o meio ambiente se depositarem o óleo de cozinha usado em algum lugar.

Com este lucrativo negócio de obter matéria-prima a baixo custo, ou até de graça, estão proliferando indústrias químicas altamente poluentes para processar óleo de cozinha e transformá-lo em algo altamente nocivo para o planeta, em combustível, tintas e vernizes, substâncias que não degradam nunca mais e que vão poluir mais ainda o planeta e agravar o problema do aquecimento global. Que ajuda para a natureza é essa?

A indústria que processa óleo de cozinha é uma indústria química como qualquer outra e requer, portanto, atenção especial dos órgãos de fiscalização ambiental. A transformação do óleo de cozinha em biodiesel, por exemplo, consome vários insumos (substâncias químicas) e gera resíduos altamente tóxicos e perigosos que necessitam de destinação especial, em locais devidamente licenciados para receber este tipo de material tóxico, e isso custa caro.

Nada contra as entidades assistenciais coletarem o óleo de cozinha para arrecadar fundos. Mas não é ético apelar para a questão ambiental enganando as pessoas ao dizer que elas ajudam o meio ambiente se depositarem o óleo usado. Porque, com certeza, não ajudam. Trata-se de um apelo de marketing enganoso. As pessoas ajudariam o meio ambiente se diminuíssem um pouco o consumo de óleo de cozinha. O impacto considerável que o meio ambiente sofre é para produzir o óleo. Basta ver os índices de desmatamento batendo recordes sucessivos para plantar soja.

E justamente nessa questão mais crucial, neste momento em que vivemos, estas campanhas deixam a desejar, porque passam uma falsa ideia de que não há problemas em consumir à vontade o óleo de cozinha. Ou seja, aliviam nossa consciência e podem até estimular as pessoas a consumirem mais óleo de cozinha.

*Físico e ambientalista

Fonte:
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2719663.xml&template=4187.dwt&edition=13541&section=882
Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
http://www.ra-bugio.org.br/

Acompanhe nosso trabalho de Educação Ambiental nas escolas para salvar a MATA ATLÂNTICA

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Geografia da Vida Humana - 1903 - Interagindo com a Terra - Tsunessaburo Makiguti

Tsunessaburo Makiguti (1900)

Jinsei Chirigaku
Geografia da Vida Humana (1903)
Nascemos na Terra. Somos inspirados pela Terra e morremos na Terra. A Terra é nosso lar. Lidar com a Terra pode ser o primeiro passo importante em nossos preparativos para aprender sobre o mundo que nos foi dado ao nascermos, a Terra que nos nutre a cada dia que vivemos. Então, como podemos observar e fazer contato com nosso ambiente?
Em primeiro lugar, podemos dizer que há duas formas como interagimos com a Terra. Uma é física, a outra é espiritual. Nosso contato direto e inicial com a Terra é físico, como com os outros animais e as plantas. Em outras palavras, todas as conexões que fazemos com a Terra são feitas através de nosso organismo. Mas é por meio de nossa interação espiritual com a Terra que as características que pensamos como verdadeiramente humanas são despertadas e nutridas em nós. Imagine-se em ambiente tranqüilo cercado de campos verdes, água límpida, montanhas majestosas e rios dirigindo-se aos oceanos, o vento tocando suavemente nossas faces enquanto os raios de sol descem através das nuvens. Seu coração e espírito ficam arrebatados pela beleza, frescor e maravilha da experiência.

“Esse estado inquiridor da mente é o ponto de partida para uma interação mais profunda com o nosso ambiente e um verdadeiro aprendizado.”
É como se o coração e a mente que estavam adormecidos são repentinamente despertos e estimulados para buscar uma comunhão intelectual com o ambiente. Nossa curiosidade natural acelera e começamos a apreciar a maravilhosa diversidade da natureza, quem sabe nos tornando curiosos sobre a cultura e os costumes do local. Esse estado inquiridor da mente é o ponto de partida para uma interação mais profunda com o nosso ambiente e um verdadeiro aprendizado.
Interação e crescimento
Inicialmente, nossa interação com o ambiente pode ser superficial. Você observa as montanhas e os rios, por exemplo, apenas em um nível muito superficial, como alguma coisa “lá”. Mas, à medida que desenvolve sua própria vida e seus interesses pessoais, não ficará satisfeito com essa superficialidade. Desejará ir além e experimentar formas mais profundas de associação. O tipo ou tipos particulares de interação que terá com o mundo ao redor em um momento de sua vida dependerá, em primeiro lugar, de quem ou o que você é, e em segundo, quando e como a interação ocorre.
Algumas pessoas, assim que se tornam familiarizadas com seu ambiente, ficam curiosas para aprender mais sobre as rochas, árvores, qualidade da água, energia hidráulica etc. e começam a pensar como fazer uso delas. Podem imaginar e conhecer mais sobre alturas, extensão, formas, origens e meios pelos quais essas várias características fundamentais influenciam seu ambiente. Ou podem querer ver essas mesmas coisas com olhos artísticos e expressar essa experiência na poesia, literatura, pintura ou música. Por outro lado, podem perceber a montanha, o rio ou o rochedo diante delas como um campo de treinamento para sua resistência física ou bravura. Ou ainda podem perceber a união da natureza com o cosmo vendo a mesma montanha ou rio.
Existem, portanto, diferentes níveis ou profundidades pelos quais uma pessoa pode interagir com o ambiente.
É por meio da interação com esse mundo exterior que experimentamos um crescimento pessoal saudável e equilibrado. Portanto, digo que esse mundo exterior, especialmente o ambiente natural, pode ser verdadeiramente um educador, nosso esclarecedor, líder e conselheiro. Nossa felicidade na vida está muito conectada com a natureza; ela depende da intimidade ou da profundidade de nosso relacionamento com a natureza.
Quando indivíduos cujas características tornaram-se equilibradas e moralmente maduras por meio de profundas interações com o ambiente natural se reúnem, a sociedade que criam propiciará um ambiente social aberto e saudável, capaz de nutrir o crescimento individual.

Tsunessaburo Makiguti (1871–1944) foi um educador reformista que, em 1930, fundou a Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Criadora de Valores), precursora da atual Soka Gakkai.
Este artigo é um excerto da obra Geografia da Vida Humana, publicada pela primeira vez em 1903.

Fonte: http://www.bsgi.org.br/publicacoes_quarterly_44destaque_08.htm

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Biodiversidade será a próxima onda do mercado

20/10/2009 - 15:59:08
Fernanda B. Muller, do CarbonoBrasil
A frente de projetos de conservação e preservação ambiental no Paraná, o diretor-executivo da ONG SPVS, Clóvis Borges, conversou com a CarbonoBrasil durante o VI Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação em Curitiba sobre seus projetos e sua visão sobre o pagamento por serviços ambientais.

Durante sua palestra, o Senhor comentou que a cobertura da floresta de araucária no Paraná não ultrapassa 0,4% da área original. Considerando este dado, qual a sua opinião sobre a eficácia do ICMS Ecológico?

Clóvis Borges - Ele é importante, mas não é suficiente. O que eu quis demonstrar é que você tem instrumentos disponíveis hoje, mas que no quadro geral demandam outras iniciativas. O que não é suficiente é o instrumento de fiscalização isoladamente, é um instrumento de vigor de lei ou mesmo uma tentativa generalista das pessoas serem afáveis a questão do meio ambiente. Estou falando em conservação da biodiversidade, do espaço, e isso é uma visão muito genérica, superficial, que a maioria das pessoas acaba traduzindo hoje como a sua agenda ambiental. A conservação da natureza está fora da agenda ambiental. O ICMS ecológico acaba servindo como um reconhecimento para quem tem áreas, acidentalmente ou não, mas é um instrumento bom. Ele ajuda o prefeito e não o proprietário. O que nós estamos negociando hoje em Guaraqueçaba, onde temos uma reserva de sete mil hectares, é dividir isso com o prefeito. E ele está topando. Há algum tempo as instituições estão discutindo a necessidade de rachar este dinheiro.

Na sua opinião, esses mecanismos de pagamento pelo carbono, mas que acabam incluindo os serviços ecossistêmicos, são uma forma de ajudar na conservação?

Clóvis Borges - São. Nós temos que ter consciência que no mundo inteiro, as últimas áreas naturais estão sendo oprimidas. No Sul do Brasil a situação é ainda mais difícil, pois são os últimos remanescentes. Se falamos em 0,4%, 0,8%, 1% ou 5% já é muito aquém do que seria razoável. E você continua tendo pressão sobre isso e não tem instrumentos para conservar essas áreas para a própria sociedade. O discurso da sustentabilidade e do socioambientalismo tem uma perversidade em esconder os fatos. Só que não adianta ficar dado voltas, tem que conservar o espaço físico e, como você tem uma possibilidade muito pequena, conservar só não adianta, tem que preservar. Se você deixar essas áreas desaparecerem, tudo o que você precisaria fazer daqui para frente fica comprometido. É menos ciência e mais bom senso.Tem um exemplo na China onde uma montanha foi minerada deixando um paredão negro, o que incomodou a população dos arredores que mandou comprar 18 mil galões de tinta verde para pintar a montanha. Nós somos pintores de montanhas, enquanto que o problema continua. O pouco investimento que existe, é descompromissado de uma visão estratégica.

A SPVS tem projetos com pequenos agricultores. Como eles funcionam?

Clóvis Borges - É uma modalidade bem interessante para nós. Vamos fazer um teste de adoção de áreas de pequenos proprietários (em torno de 15 a 20 hectares) que em grande parte dos casos não são muito representativas isoladamente e, por serem pequenas, sofrem uma pressão muito grande. Pretendemos adotar uma metodologia na qual o grupo se comprometa, definindo, por exemplo, alguns trechos de faxinais (como no caso do sul do Paraná) como área intocada. A comunidade receberia pelo uso sustentável desses remanescentes, que seria a preservação. E alguém tem que pagar por isso.

Seria um pagamento por serviços ambientais (PSA)?

Clóvis Borges - Veja, temos que pagar pelos serviços ambientais para qualquer fim de preservação. Unidade de Conservação pública merece receber PSAs, por exemplo, a Serra do Tabuleiro, ao invés de tirar uma boa parte dela, o governo do estado (Santa Catarina) poderia abrir uma concorrência, ou um leilão. A ignorância, no sentido que a informação existe e não é assimilada em função de interesses econômicos, é imposta como um método para beneficiar determinados setores da economia.
O que impressiona muito é que o tema do combate ao aquecimento global está muito mais na mídia e está muito mais sensível do que um que está explicito há décadas no país, que é a destruição da natureza e os prejuízos decorrentes da destruição, como o que aconteceu em Santa Catarina no ano passado ou que acontece no Paraná desde a década de 1960. O grande empréstimo com o Banco Mundial que a sociedade paranaense fez para desenvolver-se foi para controlar a erosão por conta do uso truculento do território. Este dinheiro não foi investido em tecnologia e nem educação.

Como funciona o projeto de desmatamento evitado da SPVS?

Clóvis Borges - Não é restauração, não usamos reflorestamento. É preservação. A primeira questão para explicar o desmatamento evitado é o fato de praticamente não se ter mais remanescentes naturais e eles ainda estarem sendo suprimidos. A restauração e o reflorestamento não são prioridades para a conservação da natureza, mesmo que o empresário adore plantar mudas e apesar de ser uma atividade louvável que complementa a proteção dos remanescentes. Além disso, a restauração é complexa e mais cara do que a preservação de áreas.
Nós criamos um modelo, uma ponte entre empresários (os convencendo que isto seria estratégico) e proprietários, também numa busca não muito simples, pois não é fácil hoje achar quem queria conservar. Quando se acha esse proprietário, 50% do que ele ganha é referente ao resgate do orgulho, de ser reconhecido por aquele esforço.

São RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural)?
Clóvis Borges - Não precisa ser RPPN, é um programa de cinco anos com visitas mensais e a elaboração de um plano de manejo simplificado. O proprietário tem que investir parte do dinheiro neste plano, o dinheiro não vai pro bolso dele, tem uma sobra, mas a parte principal do recurso é para a execução do plano de manejo. Cinqüenta por cento vai para o proprietário e a outra metade a SPVS acaba gastando para fazer o monitoramento, a assistência e a montagem do plano de manejo. Se a SPVS tivesse uma escala maior seria muito menos que 50% (a sua parte). A gente procura colocar o máximo possível na mão do proprietário.
O que eu acho que é a tendência do mercado é que esta questão do carbono vai ser uma curva e que (o foco) voltará a ser a biodiversidade e os PSAs, não faz sentido pagar carbono e não pagar a água e os outros serviços ambientais.
(CarbonoBrasil)

Ecologia profunda - um novo renascimento - Fritjof Capra

Hoje estamos diante de uma série de problemas globais que prejudicam a biosfera e a vida humana de maneiras tão alarmantes que logo podem se tornar irreversíveis.
Chegamos a esse estágio, face o paradigma que configurou a sociedade ocidental e influenciou o resto do mundo. Esse paradigma consiste em uma série de idéias e valores entre eles: a visão do Universo como um sistema mecânico composto de estruturas elementares, a visão do corpo humano como uma máquina, a visão da vida em sociedade com uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso material ilimitado a ser alcançado pelo crescimento economico e tecnológico e por último a crença de que uma sociedade na qual a mulher é em toda a parte subordinada ao homem segue uma lei básica da Natureza. Esses valores estão perdendo a força e o novo paradigma, que pode ser chamado de visão holistica do mundo, vê o mundo como um todo integrado e não como uma reunião de partes dissociadas. Também pode ser chamado de visão ecológica, se o termo “ecológico” for usado em sentido amplo e profundo.
Este sentido amplo e profundo do ecológico está associado a uma escola filosófica e a um movimento global radical, conhecido como “Ecologia Profunda”.
O ambientalismo superficial é antropocentrico. Vê o homem acima ou fora da natureza, como fonte de todo valor, e atribui a natureza um valor apenas instrumental ou de uso. A Ecologia Profunda não separa do ambiente natural o ser humano nem qualquer outro ser. Vê o mundo como uma teia de fenômenos essencialmente inter-relacionados e interdependentes. Ela reconhece que estamos todos inseridos nos processos cíclicos da natureza e somos dependentes deles.
Finalmente, a consciência ecológica profunda é espiritual ou religiosa. Uma vez que o conceito de espirito humano é entendido como o modo de consciência no qual o indivíduo sente-se conectado com o cosmos enquanto um todo, torna-se claro que a consciência ecológica é espiritual em sua essência mais profunda. Não surpreende portanto, seja coerente com a chamada “Filosofia perene” das tradições espirituais - quer estejamos nos referindo à espiritualidade dos místicos cristãos, dos budistas, ou a filosofia e cosmologia subjacentes às tradições dos nativos americanos.
Toda a questão de valores é crucial para a ecologia profunda, ela é de fato a característica central que a define, ela baseia-se em valores egocêntricos (isto é, centrados na Terra) É uma visão do Mundo que reconhece o valor inerente da vida não-humana. Todos os seres são membros de Oikos-Lar Terreno, a comunidade une-se numa rede de interdependências. Quando essa percepção tornar-se parte da nossa consciência cotidiana, um sistema ético radicalmente novo emergirá.
Tal ética ecológica faz-se urgente hoje, especialmente na ciência, já que a maior parte do que os cientistas estão fazendo não é no sentido de promover e preservar a vida mas, destrui-la. Com físicos criando sistemas armamentistas que ameaçam varrer a vida do Planeta, químicos contaminando o meio ambiente, biólogos criando novos e desconhecidos microorganismos sem saberem as conseqüências, psicólogos e outros cientistas torturando animais em nome do progresso cientifico.
Por fim a visão de que os valores são inerentes a toda a Natureza viva está fundada na experiência ecológica profunda, ou espiritual, de que a Natureza e o EU são um só. Essa expansão do EU até chegar à identificação com a Natureza é o fundamento da ecologia profunda conforme reconheceu claramente Arne Naess: “O cuidado ocorre se o EU se expandir e aprofundar-se de maneira que a proteção da Natureza seja sentida e concebida como proteção a nós mesmos.”

Fritjof Capra é físico e teórico de sistemas, com PhD obtido na Universidade de Viena em 1965, antes de passar 20 anos dedicando-se à pesquisa em física de partículas. É diretor-fundador do Centro de Ecoalfabetização da Universidade de Berkeley (Estados Unidos). É autor de vários best-sellers internacionais, como “O Tao da Física”, “Ponto de Mutação”, “A Teia da Vida” e “As Conexões Ocultas

Fonte: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/ecologia-profunda-um-novo-renascimento/

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Operação Peixe Pirata apreende 2,5 toneladas de peixe no Rio de Janeiro

Depois de mais de 12 horas de uma megaoperação, o Ibama apreendeu nesta sexta-feira (6/11), em Arraial do Cabo (RJ), 2,5 toneladas de peixe que vinham sendo pescados de forma predatória na Reserva Extrativista (Resex) Marinha de Arraial do Cabo. O pescado apreendido pelos fiscais foi doado no próprio cais à Associação da Resex de Arraial do Cabo (Aremac) e à Associação dos Catadores de Lixo da localidade.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou da operação coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), tendo chegado ao cais da Praia dos Anjos por volta das 10h. Logo depois, o ministro participou de ato de assinatura de criação de uma Unidade de Conservação em Arraial do Cabo, o Parque Natural Municipal da Restinga de Massambaba. Esta ação integrada foi de vital importância para a fauna ictiológica porque vem propiciar a continuidade da pesca artesanal sustentável, destacou o ministro.
O barco apreendido no local tinha 22 metros de comprimento e a pesca feita por ele era o que se chama de pesca de arrasto com portas, uma atividade pesqueira considerada devastadora para o meio ambiente porque uma corrente presa ao fundo da embarcação vai revolvendo o fundo do mar levando junto larvas de peixe e pequenos moluscos, que depois são descartados.
No local da operação foram detidos três homens que vão responder a inquérito e poderão ficar detidos por um período de um a três anos. Eles também vão pagar multas pela atividade ilegal.
De acordo com José Maurício Padrone, coordenador da Operação Peixe Pirata e assessor especial do MMA, a movimentação dos fiscais tem sempre que começar de madrugada, pois esse é o horário preferido para quem quer burlar a fiscalização. Para burlar nossa fiscalização, os grandes barcos pesqueiros trabalham de madrugada, na tentativa de não serem pegos, informou o coordenador.
Além dos agentes do Ibama, participaram da megaoperação fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Batalhão Florestal da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro e do Grupamento Aeromarítimo da PM.
APA Marinha e Parque dos Corais
No mesmo dia, na parte da tarde, o ministro ainda participou da solenidade de posse do Conselho Municipal do Meio Ambiente de Armação dos Búzios (RJ) e da assinatura de decretos da Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha de Búzios e do Parque dos Corais. A legislação, além de incentivar o turismo ecológico no Parque dos Corais de Búzios, pretende preservar os bancos de corais e, para isso, definirá os tipos e as quantidades de embarcações que terão permissão para passar por cima dele, sem prejudicá-los, bem como os trechos em que os barcos poderão circular. Já na APA Marinha do Município, a partir do Decreto, será feito um plano de manejo para utilização da área com o objetivo de estabelecer o ordenamento pesqueiro e náutico da região.

Gerusa Barbosa
Assessoria de Comunicação
Ministério do Meio Ambiente