Uma caracterísitca da região é a produção de artesanato de capim dourado e seda de buriti, que se tornou principal fonte de renda para as comunidades locais e tem sido alvo de estudos e ações para garantir seu uso sustentável, ecológica e economicamente.
sábado, 28 de janeiro de 2017
Parque Estadual do Jalapão - TO
Serra da Catedral
O parque estadual do Jalapão é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada na região leste do estado do Tocantins. Inserida no bioma Cerrado, a região abriga as nascentes de afluentes de três importantes bacias hidrográficas.
Pedra Furada
Sempre Viva
O Parque Estadual do
Jalapão - PEC foi criado em 12 de janeiro de 2001, abrange uma área de quase
150 mil hectares, sendo o maior parque estadual do estado de Tocantins. A
vegetação é predominantemente de cerrado ralo e campo limpo com veredas. Sua
posição estratégica possui continuidade com a Área de Proteção Ambiental (APA)
do Jalapão, Estação Ecológica da Serra Geral e Parque Nacional das Nascentes do
Rio Parnaíba. A região é considerada uma das maiores atrações turísticas do
estado do Tocantins.
Pedra da Baliza
Uma caracterísitca da região é a produção de artesanato de capim dourado e seda de buriti, que se tornou principal fonte de renda para as comunidades locais e tem sido alvo de estudos e ações para garantir seu uso sustentável, ecológica e economicamente.
Localizado
no leste de Tocantins, o Jalapão é um verdadeiro oásis perdido no meio do
cerrado. Seu nome se origina de uma planta muito comum da região: a erva
jalapa-do-brasil.
O grande atrativo e a
melhor maneira de conhecer o Jalapão é fazendo o rafting no Rio Novo, que corta
boa parte da região. Existem inúmeras atrações naturais como a Cachoeira da
Formiga, as dunas de até 40 m e o Fervedouro, um poço de águas borbulhantes.
Para conhecer essa região inóspita é preciso ter espírito aventureiro, pois o
Jalapão, além de ter uma das densidades demográficas mais baixas do país, não
possui quase infra-estrutura para os turistas. Um prato cheio para quem está
atrás de grandes emoções.
Cachoeira da Formiga
Dunas
História e Cultura
Essa região é uma das
menores densidade do Brasil, uma média de um habitante por quilometro quadrado.
A região começou a ser ocupada em 1863 por nordestinos que tentavam fugir da
seca. Em Mateiros existe uma comunidade negra (os mumbucas), que se formou de
ex-escravos vindos do norte da Bahia. Devido ao solo ruim a principal atividade
econômica da região é a pecuária. Ultimamente o governo de Tocantins tem dado
mais atenção ao Jalapão, investindo principalmente no seu potencial
ecoturístico.
Clima
Existem dois períodos
bem definidos no Jalapão: o chuvoso (outubro a abril) e seco (maio a setembro).
A melhor época é a da seca, pois as estradas ficam em melhores condições e as
águas do Rio Novo ficam mais baixas, facilitando a prática do rafting. A
temperatura média da região é de 30ºC.
Vegetação e relevo
A qualidade do solo do
Jalapão é bastante baixa, o que acaba por ajudar o local a se preservar. Grande
parte da região é cercada pela campina e pelo cerrado ralo. É possível
encontrar alguns trechos de mata junto aos rios.
Acredita-se que há 350
milhões de anos o Jalapão foi o fundo de um oceano. Esta crença é devido à
forma de relevo existente e a presença de dunas e muita areia no meio do
Brasil. O relevo do Jalapão lembra a paisagem de grandes desertos. Formado por
chapadas e canyons de origem sedimentar, essa é uma das mais exóticas paisagens
brasileiras, além de ser diversificada com teias de rios , riachos e ribeirões,
cachoeiras, lagoas, dunas de areia, serras e chapadões.
Atrações
Atividades noturnas: A
verdadeira atração da noite é ela mesma. Curtir o céu estrelado ou ouvir os
sons da natureza são os principais programas no Jalapão.
Cachoeira da Velha
Cachoeira da Velha:
Com cerca de 25 metros de altura, essa cachoeira, que tem duas quedas em forma
de ferradura, deságua no Rio Novo. Para se chegar a Cachoeira da Velha siga
pela estrada para Fazenda Triagro (101 km).
Cachoeira do Brejo da
Cama: Sua queda tem apenas 3 metros de altura e fica dentro de um buraco. O
acesso é pela estrada para Fazenda do Chiquinho (45 km).
Cachoeira do Lajeado
Cachoeira do Lajeado:
Cachoeira do Lajeado é um trecho de 25 metros composto por degraus formando
várias quedas. Para chegar é preciso percorrer 45 quilômetros pela estrada para
a Fazenda do Chiquinho.
Cachoeira do Rio
Formiga: De águas esverdeadas e transparentes esse pequeno rio, perfeito para
um banho conta ainda com uma pequena queda. O acesso é pela estrada para São
Félix do Jalapão (199 km).
Dunas
Dunas: É possível ver
dunas no Jalapão no km 136 da estrada para Mateiros. Elas chegam a alcançar até
40 metros de altura e tem a cor alaranjada.
Fervedouro
Fervedouro: Nesse poço
de olho d água a água azul borbulha da areia do fundo. Esse fenômeno acontece,
pois essa piscina natural se localiza sobre um lençol freático. A sensação que
o turista tem é de flutuar em suas águas. Para chegar até o Fervedouro, basta
pegar a estrada para São Félix do Jalapão (192 km).
Gruta de Suçuapara:
Localizada na altura do km 15 da estrada para Mateiros está uma gruta de 15
metros de altura e 60 metros de comprimento, que forma um cânion com cachoeira.
Rio Novo
Rafting no Rio Novo:
Para conhecer bem o Rio Novo o ideal é fazer o rafting de quatro dias. O
passeio começa na altura da Ponte do Rio Novo, onde as águas são bem calmas.
Durante a descida observa-se o cerrado, os chapadões e as matas formadas na
beira do rio. O percurso vai ficando cada vez mais emocionante à medida em que
se desce o rio. O passeio termina perto da Cachoeira Velha.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
Mais de metade dos primatas do mundo podem desaparecer em 50 anos
Por Sabrina Rodrigues
O ameaçado Gibão-hoolock-oriental (Hoolock leuconedys). Foto: Fan Pen Fei.
Os primatas exercem
papel importantíssimo para a biodiversidade tropical, contribuindo para a
dispersão de sementes, regeneração das florestas e a saúde dos ecossistemas.
Espécies como lêmures, micos, chimpanzés, gorilas, entre outros, oferecem
oportunidades únicas para o estudo da evolução e do comportamento humano, além
de serem valiosos modelos para o estudo de doenças emergentes. Mesmo
desempenhando todas essas atribuições para a natureza, se nada for feito, daqui
a 50 anos o desaparecimento de diversas espécies será uma realidade.
É o que revela um
artigo assinado por 31 especialistas em conservação de diversos partes do
mundo, publicado nesta quarta-feira (18), no periódico científico Science
Advances. O estudo, que levou um ano para ser concluído, alerta para o atual
estado em que se encontram todas as espécies de primata. 60% das mais de 500
espécies conhecidas de primatas correm risco de extinção. A população dos
primatas vem diminuindo há décadas. “A população do orangotango-de-bornéo (Pongo
pygmaeus) diminuiu 50% nos últimos 60 anos. Estima-se que entre 1950 e 3100
desses animais sejam mortos anualmente por caçadores. O número de
gorilas-de-grauer (Gorilla beringei graueri), que era de 17 mil animais em
1995, passou para apenas 3.800 em 2015, um declínio de 77%. Outro exemplo é o
do lêmure-de-cauda-anelada (Lemur catta) cuja população diminuiu drasticamente:
95% desde o ano 2000, passando de cerca de 700 mil animais para somente 2.200”,
afirma Andreas Meyer, doutorando no Departamento de Zoologia da Universidade
Federal do Paraná e coautor do artigo.
Essa situação é
resultado da crescente e insustentável atividade humana nas regiões tropicais
da América do Sul, África e Ásia, que abrigam a maioria dos primatas. A situação
é bastante crítica em Madagascar e em países do sudoeste da Ásia como
Indonésia, China e Vietnã. Em Madagascar, ocorrem pouco mais de 100 espécies de
primatas e todas estão em declínio. Nos países da Ásia, o número de espécies em
declínio corresponde a 95% do total.
Atividades como
agricultura, pecuária, extração de minérios, madeira e combustíveis fósseis,
construção de barragens, bem como a construção de estradas que escoam a
produção são os responsáveis por tal desastre, segundo os autores do artigo.
Somadas a essas pressões estão a caça e o comércio ilegal de primatas como
animais de estimação, além de ameaças globais como as mudanças climáticas.
Todos esses fatores agem em conjunto e vem causando a redução do número de
animais na natureza.
Para os pesquisadores,
medidas cabais para a conservação dos primatas devem ser tomadas o mais rápido
possível. Para isso, é fundamental controlar a demanda mundial por produtos
como madeira, carne, óleo de palma, soja, látex, minério e combustíveis
fósseis, e ao mesmo tempo incentivar práticas de produção mais sustentáveis.
Outros pontos importantes envolvem ampliar a extensão das áreas protegidas,
investir em educação ambiental e estimular atividades que contribuam com a
proteção dos recursos naturais, como por exemplo o ecoturismo.
O papel do Brasil na
conservação dos animais
O Brasil é o país que
abriga a maior diversidade de primatas no mundo, são mais de 110 espécies,
divididas em 22 gêneros e 5 famílias. Mas, o cenário para os primatas é cada
vez mais pessimista. A maioria desses animais encontra-se na Amazônia, um
ambiente que vem sofrendo contínua pressão pelo uso da terra. Além disso, os
cortes nos investimentos em áreas estratégicas como ciência e meio ambiente
podem prejudicar o desenvolvimento de políticas e ações voltadas à conservação
dos primatas e da biodiversidade em geral.
“Infelizmente, hoje o
Brasil vive um cenário de incerteza política, instabilidade socioeconômica e de
políticas que favorecem o crescimento e o lucro no curto prazo, ignorando as
consequências dessas ações no longo prazo. A conservação dos primatas (e da
biodiversidade em geral) hoje é uma tarefa complexa, que precisa envolver
governantes, empresários, cientistas, ONGs e a sociedade em geral. Ações como
investir em políticas públicas que estimulem o uso sustentável dos recursos e
que reduzam a demanda por commodities que degradam o ambiente durante sua
produção é fundamental (como é o caso dos combustíveis fósseis, por exemplo). É
preciso também criar incentivos para que a iniciativa privada amplie seu
envolvimento em ações socioambientais, seja por meio de financiamentos de
projetos próprios, em universidades, ONGs ou institutos de pesquisa. Além
disso, é preciso que iniciativas que podem trazer consequências negativas à
conservação da biodiversidade, como por exemplo a tentativa de flexibilizar o
licenciamento ambiental, deem lugar para projetos que estimulem medidas
compensatórias efetivas por parte das empresas que exercem atividades que
degradam o ambiente. Investir em políticas que incentivem a redução da emissão
de carbono na atmosfera também é fundamental, uma vez que mudanças climáticas
são uma ameaça proeminente à conservação dos primatas”, afirma Andreas Meyer.
Um livro para conhecer (e ver) as onças de perto
Por Duda Menegassi
A leitura das mais de
300 páginas levam o leitor não apenas a conhecer o animal em si, mas a
descobrir a influência das onças na arte e nas tradições indígenas, ou mesmo
acompanhar a triste história da caça desenfreada que colocou a espécie na lista
vermelha de animais ameaçados de extinção. Mas o livro também aponta caminhos e
alternativas para preservação, como o turismo de observação de fauna. A obra é
um trabalho conjunto do analista ambiental do ICMBio, Rogério Cunha de Paula;
da jornalista da TV Cultura, Laís Duarte; do coordenador do Projeto Onçafari,
Mario Haberfeld; e do fotógrafo de natureza, Adriano Gambarini.
Responsável pelos
cliques e por aproximar os leitores das onças através das suas fotografias,
Gambarini trabalha há mais de 20 anos em parceria com pesquisadores em
trabalhos de campo. Os anos dedicados a fotografar esse modelo fugidio e avesso
aos flashes rendeu registros íntimos e raros do animal, como a hora da tocaia à
presa, o sono, a vigília, a caça e a relação de cuidado e ensinamento com os
filhotes.
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