terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Ilha do Governador e seus primeiros habitantes

Ilha do Gato e os Temiminós
 
(por Teresinha Victorino)
 
 
A maior ilha da Baia da Guanabara está ligada à história do Rio de Janeiro, do Brasil, de Portugal e da França. A Ilha do Gato, ou Ilha dos Maracajás, com suas águas cristalinas e rica em peixes e suas terras férteis e muito extensa era cobiçada por várias tribos indígenas, que encontravam nela tudo que precisavam para sua sobrevivência.
Habitada pelos índios da tribo Temiminó, cujo cacique era o Maracajaguaçu (o Grande Gato Bravo), a ilha oferecia aos seus primeiros habitantes uma alimentação farta, composta por peixes, acrescida pela caça de pequenos animais, aves, frutas e tubérculos da própria mata. Os índios também encontravam na ilha, argila que utilizavam para fazer objetos para diversos fins.
As rivalidades e as amizades entre as tribos existiam há milênios. Mas, a cobiça pela terra fértil provocou uma disputa feroz entre a tribo que ali vivia e a tribo Tamoios. Nesse conflito, os Maracajás (Temiminós) foram derrotados pela tribo rival
Por volta 1550, um navio português foi abordado na Baia da Guanabara por um grupo de índios liderados pelo cacique Maracajáguaçu. Alegaram aos portugueses que sua tribo estava sendo atacada e dizimada pelos Tupinambás ou Tamoios na Ilha dos Maracajás, ou do Gato (Ilha do Governador). E com a ajuda dos portugueses, o cacique retirou os guerreiros, mulheres e crianças de sua tribo e se instalaram na cidade da Serra no Espírito Santo.
Nessa ocasião, os franceses já haviam desembarcado na Baia da Guanabara, ganharam a confiança dos índios Tamoios (Tupinambás) que viviam na Ilha do Gato após a batalha com os Maracajás (Temiminós) e, tinham formado uma forte aliança com esses índios. Por isso, haviam escolhido a Ilha do Gato para estabelecer um dos seus primeiros núcleos de colonização, ameaçando a conquista portuguesa.
A Estratégia dos portugueses para expulsar os franceses da baía de Guanabara consistia em aproveitar a amizade que tinham com os Maracajás (Temiminós) e assim atacar os Tupinambás (Tamoios), que eram inimigos dos Temiminós.
Por volta de 1560, os Temiminós voltaram a Baía da Guanabara com a ajuda dos portugueses que usaram o elemento da vingança entre os índios. Desta vez foram os Temiminós, com maior número, que revidaram a fúria de morte contra seus inimigos Tamoios (Tupinambás).
Com a ajuda dos índios Temiminós, os portugueses, bombardearam e destruíram os redutos dos franceses e as aldeias dos Tamoios, resultando tanto na expulsão definitiva dos franceses como na eliminação completa da resistência dos índios dentro da baía de Guanabara. 

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