terça-feira, 26 de agosto de 2014
A Lenda do Pássaro de fogo
A Lenda do Pássaro de Fogo
(por Teresinha Victorino)
A lenda do Pássaro de fogo
começa na Ilha do Governador, na
cidade do Rio de Janeiro – RJ, com a
tribo de índios Temiminó, cujo
cacique era o Maracajaguaçu, o Grande Gato Bravo.
A Ilha do Governador na época
em que viviam os índios Temiminós era chamada de Ilha do Gato, Ilha dos
Maracajás ou Ilha Paranapuã, que
quer dizer Seio do Mar ou Ilha do Mar.
Antes da chegadas dos
europeus, a tribo Temiminó encontrava tudo que precisava para sobreviver. A
Ilha era rica em alimento, peixes, água e abrigo, por isso ela era desejada por
outra tribo, a tribo dos índios Tamoios,
que era inimiga dos Temiminós e muito mais numerosa que eles, além de ser muito
cruel. As batalhas entre as duas tribos eram conhecidas por todos, pois as
lutas eram mortais e os Termiminós estavam sendo massacrados pelos Tamoios.
O Cacique Maracajaguaçu,
decidiu fugir com sua tribo, seus guerreiros, mulheres e crianças para
a cidade da Serra no Espírito Santo
(ES) até conseguir uma parceria para voltar a Ilha Paranapuã, recuperar seu
domínio e expulsar os Tamoios para sempre dali.
Entretanto quando os
Temiminós chegaram na Serra – ES, encontraram outra tribo inimiga, os índios Botocudos, que viviam na cidade vizinha
de Cariacica, e que era liderada
pelo cacique Morubixaba, pai de uma
linda princesa índia, chamada Jaciara.
Guaraci, um jovem guerreiro Temiminó, passeando
pela mata para reconhecer o lugar, cruzou com a linda Jaciara, e imediatamente
se apaixonaram um pelo outro. Um amor eterno mas impossível.
Os caciques rivais não permitiram
esse romance. O cacique Morubixaba, pai de Jaciara, ordenou que toda sua tribo
não deixassem o casal se encontrar sob pena de morte. E Jaciara não teve mais
paz, sempre estava acompanhada de vários guerreiros Botocudos que não a
deixavam para nada.
O sofrimento de Guaraci, em
não conseguir chegar perto da sua amada, fez surgir um pássaro de fogo que
o ajudou levando recados para sua Jaciara.
O pássaro de fogo trocava entre o casal as juras de amor e levava as
cantigas que Guaraci fazia para Jaciara. Certo dia ele conseguiu juntar os dois
apaixonados, que planejaram uma fuga para um local bem distante dali, onde
pudessem viver juntos para sempre.
O Cacique Morubixaba
auxiliado por um Pajé, um feiticeiro
da tribo, descobriu o plano de fuga. Furioso, o cacique exigiu que o Xamã, o feiticeiro, castigasse a filha
pela sua traição.
O pajé obrigado pelo cacique
a separar para sempre o lindo casal enamorados, pediu ajuda ao Deus Tupã, o deus dos índios, e este
chamou todos os deuses para ajudar ao Pajé a castigar Guaraci e Jaciara.
Sem piedade dos amantes, os
deuses aprisionaram os dois numa prisão de pedra. Guaraci foi aprisionado na Montanha Mestre Álvaro em Serra e
Jaciara foi aprisionada na montanha Muxuara
em Cariacica. As duas montanhas ficam uma de frente para outra. Guaraci e
Jaciara não podem se encontrar, se tocar ou se falar pela eternidade.
A tristeza do casal
apaixonado tocou o coração do Deus Tupã, que arrependido do cruel castigo
permitiu que o pássaro de fogo os ajudassem apenas numa única noite do ano.
Nessa única noite do ano pode
ser visto um pássaro de fogo sobrevoando as duas montanhas e em um instante ele
se transforma numa bola de fogo e liberta Jaciara e Guaraci da prisão de pedra.
E apenas na noite de 24 de junho,
dia de São João, eles recuperam a
forma humana e se amam.
A Ilha do Governador e seus primeiros habitantes
Ilha do Gato e os Temiminós
(por Teresinha Victorino)
A maior ilha
da Baia da Guanabara está ligada à história do Rio de Janeiro, do Brasil, de Portugal e da França. A
Ilha do Gato, ou Ilha dos Maracajás, com suas águas cristalinas e rica em
peixes e suas terras férteis e muito extensa era cobiçada por várias tribos
indígenas, que encontravam nela tudo que precisavam para sua sobrevivência.
Habitada
pelos índios da tribo Temiminó, cujo cacique era o Maracajaguaçu (o Grande
Gato Bravo), a ilha oferecia aos seus primeiros habitantes uma alimentação
farta, composta por peixes, acrescida pela caça de pequenos animais, aves, frutas
e tubérculos da própria mata. Os índios também encontravam na ilha, argila que
utilizavam para fazer objetos para diversos fins.
As
rivalidades e as amizades entre as tribos existiam há milênios. Mas, a cobiça pela
terra fértil provocou uma disputa feroz entre a tribo que ali vivia e a tribo Tamoios.
Nesse conflito, os Maracajás (Temiminós) foram derrotados pela tribo rival
Por volta
1550, um navio português foi abordado na Baia da Guanabara por um grupo de
índios liderados pelo cacique Maracajáguaçu. Alegaram aos portugueses que sua
tribo estava sendo atacada e dizimada pelos Tupinambás ou Tamoios na Ilha dos
Maracajás, ou do Gato (Ilha do Governador). E com a ajuda dos portugueses, o
cacique retirou os guerreiros, mulheres e crianças de sua tribo e se instalaram
na cidade da Serra no Espírito Santo.
Nessa
ocasião, os franceses já haviam desembarcado na Baia da Guanabara, ganharam a
confiança dos índios Tamoios (Tupinambás) que viviam na Ilha do Gato após
a batalha com os Maracajás (Temiminós) e, tinham formado uma forte aliança com
esses índios. Por isso, haviam escolhido a Ilha do Gato para estabelecer um dos
seus primeiros núcleos de colonização, ameaçando a conquista portuguesa.
A Estratégia
dos portugueses para expulsar os franceses da baía de Guanabara consistia em
aproveitar a amizade que tinham com os Maracajás (Temiminós) e assim atacar os
Tupinambás (Tamoios), que eram inimigos dos Temiminós.
Por volta de
1560, os Temiminós voltaram a Baía da Guanabara com a ajuda dos portugueses que
usaram o elemento da vingança entre os índios. Desta vez foram os Temiminós,
com maior número, que revidaram a fúria de morte contra seus inimigos Tamoios (Tupinambás).
Com a ajuda
dos índios Temiminós, os portugueses, bombardearam e destruíram os redutos dos
franceses e as aldeias dos Tamoios, resultando tanto na expulsão definitiva dos
franceses como na eliminação completa da resistência dos índios dentro
da baía de Guanabara.
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